Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

2º Domingo após Epifania – 14 de janeiro de 2007
João 2.1-12 – Lindolfo Pieper
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


AS BODAS DE CANÁ

João 2.1-2: “Três dias depois houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento”.

Jesus certa vez foi com os seus discípulos para uma festa de casamento na cidade de Caná, na região da Galiléia.

A festa estava muito animada: comida, bebida e muita música. Mas, no meio da festa, há um imprevisto: o vinho acabou.

Na época podia faltar de tudo no casamento, menos o vinho: vinho, carne e pão. Seria o mesmo que hoje faltasse cerveja no casamento aqui Brasil, onde é servido mandioca, carne, salada feijão tropeiro e farofa.

Os noivos ficaram sem jeito. Ficaram olhando um para o outro. Não sabiam o que fazer.

Maria de repente se lembra de Jesus. Não havia o anjo dito que ele era o Filho de Deus? Se isso era verdade, por que não mostrar isso para o povo? Assim estaria resolvendo um grande problema para os donos da festa.

Ela então se aproxima de Jesus e diz: “Jesus, acabou o vinho. Chegou a hora de você mostrar quem você realmente é!”

E, Jesus, percebendo que realmente havia chegado a hora, faz o seu primeiro milagre: transforma mais de 500 litros de água no mais puro vinho.

Dali em diante foi um milagre atrás o outro. Por isso essa época é chamada de Epifania: que quer dizer manifestação. Jesus começa a se manifestar ao mundo, mostrando a sua graça, a sua glória e o seu poder.

Desse episódio, as bodas de Caná, nós podemos aprender três coisas:

Primeiro: Jesus é realmente o Filho de Deus, o Salvador do mundo, conforme o anjo havia anunciado a José e Maria .

Jesus teve uma vida normal como qualquer outra pessoa. Ele brincava, ria, chorava, dormia, descansava e trabalhava. Ele fazia tudo o que as outras pessoas de sua idade fazia. Nada mostrava que ele pudesse ser o Filho de Deus, a não ser a sua conduta exemplar.

E isso preocupava os seus pais. Os seus pais haviam contado para todo o mundo que Jesus era uma pessoa especial, que ele era o Filho de Deus.

E as pessoas que ouviam isso, começavam a duvidar das suas palavras e até a achar que aquela gravidez de Maria era uma invenção dela, que ela tinha colocado chifre em José.

Afinal, Jesus já estava com trinta anos e nada acontecia que mostrasse que ele pudesse ser o que diziam ser. E nas bodas de Caná Jesus decide se manifestar, mostrando quem realmente ele era: o Filho de Deus.

Todos os outros milagres que ele passou a fazer dali por diante, como a multiplicação dos pães, andar sobre o mar, expulsar demônios e ressuscitar mortos, tinha um só propósito: mostrar que Jesus é o Filho de Deus, o Salvador do mundo.

O apóstolo João é o único evangelista a relatar o episódio das bodas de Caná. É ele também quem registra o maior número de milagres de Cristo. No final do seu livro ele diz porque ele fez isso: provar que Jesus Cristo é o Filho de Deus; e, para que crendo, tenhamos a vida eterna.

Deus não quer que tenhamos nenhuma dúvida a respeito da pessoa de Jesus. Podemos duvidar de uma porção de coisas que não estão bem claras na Bíblia. Mas não a respeito de Jesus, de que ele é o Filho de Deus, o Salvador do mundo.

Quem duvidar ou negar que Jesus seja Deus, não tem a vida eterna. Este tem o espírito do anti-cristo, diz a Bíblia em 2 João 1.7.

Em segundo lugar: o episódio das Bodas de Caná nos mostra que o casamento é uma instituição divina, uma coisa que agrada a Deus .

Jesus não apenas foi ao casamento, mas também abençoou o casamento, transformando água em vinho, para que a festa continuasse.

Há pessoas, e até igrejas, que acham que o casamento é um mal necessário, pois quem casa está pensando em fazer sexo, e que o sexo é uma coisa pecaminosa. Que só se deve casar aquele que não consegue se controlar, mas aquele que tem domínio sobre si deve permanecer solteiro.

É por isso que proíbem os seus líderes de se casarem. É por isso também que há tantos mosteiros espalhados pelo mundo afora. Nesses lugares só entram pessoas que prometem nunca se casar.

E essas pessoas, que entram no mosteiro, acham que pelo fato de não se casarem, são mais santos do que os outros. Mas a gente sabe o que acontece nesses lugares: alguns deles são verdadeiros antros de prostituição. Volta e meia a imprensa divulga casos em que padres tiveram relações com mulheres e, às vezes, até com crianças.

E a culpa não é apenas deles. É também daqueles que criaram essa lei boba. Pois Deus não criou o homem para viver sozinho, mas sim na companhia de alguém. Referindo-se a Adão, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”.

E Jesus, referindo-se a esta providência divina, pergunta aos que eram contra o casamento, dizendo: “Não tendes lido que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher?”

Achar que o casamento é uma coisa pecaminosa porque lá se faz sexo, é não conhecer a Bíblia, é interpretar mal as Escrituras. Pois diz a Bíblia que, antes de Adão e Eva caírem em pecado, quando ainda estavam no Jardim do Éden, Deus os uniu em matrimônio e mandou que eles se multiplicassem e enchessem a terra. E o autor da carta aos Hebreus diz que: “Digno de toda a honra é o matrimônio e o leito sem mácula”.

Errado é não casar e ficar fazendo safadeza por aí a fora, seduzindo crianças inocentes e depois se fingir de santinho. Errado é proibir o casamento para algumas pessoas, achando com isso estar fazendo uma grande vantagem.

Aliás, a Bíblia já preveniu isso, e diz que essa proibição é coisa do diabo. Diz o apóstolo Paulo em 1 Timóteo 4: “O Espírito de Deus diz claramente que nos últimos dias alguns vão se desviar da fé, dando atenção aos ensinos de demônios. Essas pessoas vão ensinar dizendo que é errado se casar, comer certos tipos de alimentos, que Deus criou para serem recebidos com ações de graças”.

Em terceiro lugar: o episódio das bodas de Caná nos mostra que Deus não é contra diversões sadias e que tomar um pouco de vinho não é pecado .

Há igrejas que proíbem de tudo, como: ir ao jogo, tomar cerveja, olhar televisão e fazer uma festinha entre amigos. Acham que isso tudo é coisa do diabo. Por isso, em lugar de vinho tomam suco de uva na Santa Ceia.

Elas se esquecem de que Jesus participou de festas quando esteve aqui na terra, que ele tomava vinho e animou uma festa de casamento fabricando mais de 500 litros de vinho.

Errado é freqüentar lugares indecentes, é encher a cara de cachaça, é passar o dia todo bebendo. Mas ir numa festa, se divertir, tomar um pouco de vinho, não tem problema nenhum, segundo a Bíblia.

Vocês sabem o que Jesus estava fazendo quando instituiu a Santa Ceia? Ele estava numa reunião com os seus amigos, comendo pão com carne e bebendo vinho. E, no final da festa, Jesus toma um pedaço de pão e um copo de vinho e entrega aos seus discípulos, dizendo que aquilo era o seu corpo e o seu sangue.

E nós hoje, imitando o exemplo de Jesus, fazemos a mesma coisa: comemos pão e bebemos vinho na Santa Ceia.

Por isso, seguimos a Jesus, que é o nosso exemplo em tudo. Jesus é o Filho de Deus, o nosso Salvador. Ele não quer ver ninguém triste e aborrecido. Ele quer ver todo mundo alegre.

Por isso ele transformou água em vinho, para alegrar o casamento. Por isso ele ordenou o casamento, para o homem pudesse viver feliz ao lado de sua esposa. Por isso ele também morreu por nós, para que um dia pudéssemos morar com ele em alegrias eternas no céu.

Sigamos, pois, a Jesus e seremos felizes para sempre – aqui e na eternidade.

Que Deus nos conceda isso. Em nome de Jesus.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

piperlin@uol.com.br
www.ielb.org.br

 

 


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