Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Primeiro Domingo após o Natal - 31 de dezembro de 2006
Série Trienal C – Lucas 2.41-52 – Leonerio Faller
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Texto: Todos os anos os pais de Jesus iam as Jerusalém para a Festa da Páscoa. Quando Je-sus tinha doze anos, eles foram à Festa, conforme o seu costume. Depois que a Festa acabou, eles começaram a viagem de volta para casa. Mas Jesus tinha ficado em Jerusalém, e os seus pais não sabiam disso. Eles pensavam que ele estivesse no grupo de pessoas que vinha vol-tando e por isso viajaram o dia todo. Então começaram a procurá-lo entre os parentes e ami-gos. Como não o encontraram, voltaram a Jerusalém para procurá-lo. Três dias depois encon-traram o menino num dos pátios do templo, sentado no meio dos mestres da Lei, ouvindo-os e fazendo perguntas a eles. Todos os que o ouviam estavam muito admirados com a sua inteli-gência e com as respostas que dava. Quando os pais viram o menino, também ficaram admi-rados. E a sua mãe lhe disse: - Meu filho, por que foi que você fez isso conosco? O seu pai e eu estávamos muito aflitos procurando você. Jesus respondeu: - Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia esta na casa do meu Pai? Mas eles não entenderam o que ele disse. Então Jesus voltou com os seus pais para Nazaré e continuava a ser obediente a eles. E a sua mãe guardava tudo isso no coração. (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

Mais uma caravana estava chegando a Jerusalém para a Festa da Páscoa. Na verdade eram duas festas: a Festa da Páscoa e a Festa dos Pães Asmos (ou pães sem fermento). Este período durava 7 dias.

Nesta caravana de viajantes a pé ou montados em jumentos estava também uma famí-lia considerada comum naqueles dias, mas considerada por nós como muito importante: José, Maria e Jesus. As caravanas da Galiléia costumavam ser de muitas pessoas. Um comentarista bíblico diz que a caravana de Nazaré era muito longa, sendo necessário um dia de caminhada para atravessá-la do início ao fim.

Numa caravana assim estava esta família. Ela viera para participar destas festas e pro-curara estar no templo de Jerusalém para cultuar a Deus.

Com o texto do evangelho do dia, observemos alguns aspectos desta Família de Jesus no templo.
Esta família no templo, demonstrou...
1. O cuidado dos pais com a educação religiosa do Filho Jesus
a) O evangelista Lucas é o único que nos relata algo sobre a infância de Jesus, e mes-mo assim, muito pouco. Mas as narrações dos historiadores da época nos ajudam a entender a vida religiosa dos israelitas. José e Maria, como padrasto e mãe de Jesus, queriam que ele co-nhecesse a religião na qual estavam envolvidos e dela participasse ativamente. Pelo que as-bemos, aos 13 anos, os meninos judeus tornavam-se membros da religião judaica com todos os direitos e deveres. José, Maria e Jesus frequentavam pelo menos uma vez por semana a si-nagoga em Nazaré, onde ouviam as leituras bíblicas e a explicação, cantavam, oravam. Quan-do Jesus estava com 12 anos, José e Maria o levaram à capital religiosa Jerusalém para visitar o grande templo e se familiarizar com as festividades religiosas ali realizadas. Lucas diz sobre Jesus que o menino ia crescendo e fortalecendo-se, ficando cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele (2.40). Este crescimento em sabedoria e na graça de Deus era também por causa da educação religiosa que José e Maria lhe davam e do que ele aprendia da palavra do Pai celeste na sinagoga e da leitura dos livros do Antigo Testamento. Mesmo sabendo que Jesus era o Filho de Deus, José e Maria não se descuidavam da educação religiosa do filho.

b) Que importante exemplo para nós que somos pais. Deus espera que pai e mãe se-jam os primeiros e principais responsáveis pela educação religiosa e cristã dos filhos. Quantos casais não realizam esta tarefa ou simplesmente deixam esta tarefa exclusivamente para a igreja – para pastor e professores de escola bíblica. Não deve ser assim. Já quarto livro do An-tigo Testamento, em Deuteronômio 6.6 a 9, Deus falou aos pais o seguinte: Guardem sempre no coração as leis que lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repi-tam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Amarrem essas leis nos braços e na testa, para não as esquecerem; e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões.

Deus Pai que nos deu o privilégio de sermos pais cristãos, deseja que nós procuremos de forma criativa, interessante ensinar a Sua Palavra aos nossos filhos para que eles gostem de aprender sua Palavra e a amem. (colega pastor, procure sugerir maneiras interessantes de os pais estudarem com os filhos a Palavra de Deus).

A Família de Jesus no templo. Esta família no templo, demonstrou...
2. A consciência do Filho Jesus de sua messianidade
a) A maioria das pessoas que vinham a Jerusalém não ficava os 7 dias da festa. Muitos ficavam apenas os três primeiros dias. Nesta época, Jerusalém tinha uma população de 120 mil habitantes. Mas durante o período da festa da páscoa a população aumentava para mais de 3 milhões de pessoas. Depois dos três primeiros dias, José e Maria começaram retornar pa-ra casa com a caravana. Sendo Jesus já um rapazinho, acreditavam que ele estivesse com ou-tros da mesma idade em meio à multidão de viajantes. Porém, depois de o procurarem enquan-to caminhavam, não encontraram Jesus. Retornaram a Jerusalém. Três dias depois encontra-ram o menino num dos pátios do templo, sentado no meio dos mestres da Lei, ouvindo-os e fa-zendo perguntas a eles. Quando os pais viram o menino ficaram admirados e a mãe disse: Meu filho, por que foi que você fez isso conosco? O seu pai e eu estávamos muito aflitos pro-curando você.

Jesus respondeu: Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa do meu Pai?

Com esta resposta Jesus, com apenas 12 anos, demonstrou estar ciente de que Deus Pai era seu Pai de modo diferente do que era para as outras pessoas. Com esta idade Jesus demonstrou estar certo de que ele era o Deus Filho que se tornara homem para salvar a huma-nidade. Ele estava certo de ser o Messias esperado pelos crentes na promessa que Deus Pai fizera há mais de quatro mil anos. E Jesus como Filho do Pai celeste, precisava estar conec-tado com o Pai celeste.

b) Vejam, irmãos. Jesus não foi pego de surpresa para ser o salvador, nem ficou saben-do repentinamente quando estava perto de começar o seu ministério de que era divino e huma-no. Mas bem cedo estava ciente de que veio ao mundo para salvar a humanidade pecadora. É muito bom saber que Jesus assumiu com dedicação e com amor a sua missão. Por isso pôde dizer anos depois no seu ministério: A minha comida consiste em fazer a vontade de meu Pai.

Será que nós sempre estamos cientes da maravilha que é sermos amados por Deus? termos um Salvador? fazermos parte da Igreja Cristã? termos a promessa segura que, se per-manecermos em Cristo até à morte, teremos a vida eterna no céu?

Quantas vezes pensamos e vivemos como se fôssemos uns pobres coitados, quando na verdade somos ricamente abençoados por tudo o que Jesus Cristo realizou com a obra da salvação. Ele nos dá perdão dos pecados, união com Deus neste mundo, companhia dos anjos, sabedoria para vivermos e destino seguro após esta vinda.

Aquela caravana de Nazaré voltou para casa, mas tudo o que acontecera na Família de Jesus marcou profundamente a mãe Maria, que guardava tudo isso no coração. Maria devia pensar que tinha um filho com duas naturezas: uma natureza divina, por isso era Deus; uma natureza humana, por isso era ser humano. E como toda mãe cristã, Maria também sentia-se feliz ao ver que seu filho era-lhes obediente. Aliás, o cumprimento do quarto mandamento é um dos bons resultados que os pais podem ver da educação cristã realizada no lar e na igreja. Que a Família de Jesus sirva de exemplo para nós todos. Amém.

Leonerio Faller
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
leoneriofaller@yahoo.com.br
www.ielb.org.br

 

 


(zurück zum Seitenanfang)