Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Natal – 25 de dezembro de 2006
Lucas 2.1-20 – Lindolfo Pieper
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


O MAIOR ACONTECIMENTO DA HISTÓRIA

Lucas 2.10,11 : “O anjo, porém, lhes disse: Não temais: eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi o Salvador, que é Cristo o Senhor”.

Quando o homem pousou pela primeira vez no solo lunar, no dia 20 de julho de 1969, Rixard Nixon, presidente dos Estados Unidos, exclamou maravilhado: “Hoje é o dia mais importante da história. Esse dia vai ficar marcado para sempre pelos homens”.

Rixard Nixon em parte tem razão. A chegado do homem à lua foi realmente um acontecimento muito importante. Isso mostra até que ponto chegou a tecnologia humana, o quanto o homem é capaz.

Porém, com toda certeza, esse dia não é o dia mais importante da história. O dia mais importante da história foi o dia em que Jesus nasceu, em que o Filho de Deus se fez homem.

Mas, por que o dia do nascimento de Jesus é o dia mais importante da história?

1) Em primeiro lugar: porque neste dia aconteceu um grande milagre, o milagre da encarnação.

O nascimento de Jesus foi um milagre. Neste dia Deus entrou dentro de uma criança para se tornar homem. Jesus veio habitar entre nós.

Jesus, podemos dizer, foi o primeiro bebê de proveta da história, pois a sua fecundação aconteceu sem a participação de um homem. Ele foi colocado pelo próprio Deus no seio da virgem Maria, através do Espírito Santo, que continuou virgem até o nascimento de Jesus.

Por isso é que confessamos no 2º Artigo do Credo Apostólico: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria”.

No dia de Natal Deus veio morar com os homens. Por isso ele é também chamado de Emanuel, que quer dizer: Deus conosco.

Nesse dia, conforme o apóstolo João : “Deus se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.

Quando olhamos para Jesus deitado na manjedoura, pensamos que ele foi uma criança como qualquer outra pessoa. Mas não foi.

Ali, naquela manjedoura, num cocho de gado, estava o próprio Deus, o Criador do céu e da terra. Diz o apóstolo João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Sem ele nada do que foi feito se fez”.

Recentemente a Rede Globo passou o filme JESUS. Uma das coisas que mais me chamou a atenção neste filme é que as pessoas que conviviam com Jesus não conseguiam acreditar que aquela pessoa que estava entre elas pudesse ser o Filho de Deus. Pois ele comia, bebia, brincava e trabalhava como qualquer outra pessoa.

Até o seu pai e a sua mãe às vezes duvidavam de que ele pudesse ser o Messias prometido, mesmo que o anjo lhes tivesse dito isso. Por isso, nas bodas de Caná, quando Jesus já tinha trinta anos de idade, Maria resolve dar um empurrãozinho, e diz para Jesus: “Jesus, acabou o vinho. Faça alguma coisa. Chegou a hora de mostrar quem você é”.

E Jesus, percebendo que realmente havia chegado a hora, resolve fazer o seu primeiro milagre: transforma mais de quinhentos litros de água no mais puro vinho. Daí em diante foi um milagre atrás do outro.

O nascimento de Jesus é realmente um milagre. O apóstolo Paulo o chama de mistério. Diz ele em 1 Timóteo, capítulo 3, versículo 16: “Grande é este mistério da piedade. Aquele que se tornou um ser humano, foi aprovado por Deus, foi visto pelos anjos, foi anunciado por Deus, foi aceito com fé e foi levado para a glória”.

2) Em segundo lugar: o nascimento de Jesus é o maior acontecimento da história, porque neste dia teve início a execução do plano da salvação da humanidade.

Quando Adão e Eva caíram em pecado, segundo a palavra de Deus, eles deveriam ser mortos. Mas Deus, em lugar de matar Adão e Eva, ele decidiu matar o seu próprio Filho.

Ali no jardim do Éden, debaixo da árvore do conhecimento do bem e do mal, Deus faz a primeira promessa de salvação aos homens, dizendo : “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o teu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”.

Ao longo dos séculos os homens esperaram ansiosos pelo cumprimento desta promessa. Passaram-se quatro mil anos. Parecia que Deus havia se esquecido dos homens. Mas no tempo certo, quando muitos nem mais acreditavam, Deus enviou o seu Filho ao mundo para salvar a humanidade perdida.

No dia de Natal Deus olhou para baixo, lá dos céus, viu os homens perdidos e condenados. Ficou com pena deles e enviou Jesus ao mundo para salvá-los de todos os pecados.

O maior problema do mundo não é a pobreza, a fome e a violência. O grande problema do mundo é o pecado. O pecado gera injustiça, guerra, pobreza, fome e violência. Enquanto houver pecado no mundo, estes males persistirão.

Cristo é a solução do mundo porque ele ataca o mal pela raiz. Ele não trata das conseqüências, mas a causa. Cristo veio desfazer o pecado e trazer salvação aos homens.

Quando o anjo anunciou a José que Maria teria um filho, também lhe disse qual o nome que ele deveria receber e o porquê desse nome. Assim se expressou o anjo : “E lhe porás o nome Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”.

3) Em terceiro lugar: o nascimento de Jesus é o maior acontecimento da história porque ele divide a história em duas partes: em antes e depois de Cristo.

Antes do nascimento de Jesus, o tempo era contado a partir da criação do mundo. Quando Jesus nasceu, a igreja resolveu zerar o relógio do tempo no ano do nascimento de Jesus e recomeçar a contagem do tempo. Se estamos hoje no ano de 2006, é porque neste ano, segundo o calendário gregoriano, faz exatamente 2006 anos que Jesus nasceu.

Mas Jesus não apenas divide a história. Ele também divide o mundo e a vida das pessoas.

Muitos dividem o mundo em pretos e brancos, entre pobres e ricos, entre homens e mulheres. Deus, no entanto, divide o mundo entre os que crêem em Cristo e os que não crêem nele, entre crentes e descrentes, entre salvos e condenados, entre os que estão no reino de Cristo e os que estão no reino das trevas.

Quem aceita a Cristo como o seu Salvador, é uma pessoa salva. Está no reino da luz, é um filho de Deus. Quem não crê em Cristo e nem o aceita como o seu Salvador, é uma pessoa condenada, faz parte do reino das trevas, cujo chefe é Satanás. O seu destino é o fogo do inferno.

O nascimento de Jesus, portanto, mexe com a nossa vida. Decide o nosso destino aqui no mundo e na eternidade.

Muita gente até hoje não acredita que o homem tenha chegado à lua. Isso não tem problema. Isso não faz nenhuma diferença. Isso não muda nada na vida da pessoa. Isso tanto faz se alguém acredita ou não que o homem foi à lua.

Mas faz uma diferença muito grande a pessoa acreditar ou não em Jesus, que ele nasceu e é o nosso Salvador. Diz o evangelista Marcos, repetindo as palavras de Jesus: “Quem crer e for batizado, será salvo. Quem, porém, não crer será condenado”.

Portanto ao celebrar mais uma vez o Natal de Jesus, lembremo-nos que não estamos festejando qualquer coisa, mas sim o maior acontecimento da história: a vinda de Jesus ao mundo, a encarnação do Filho de Deus.

Um acontecimento tão importante, tão extraordinário, que o próprio Deus se pôs a anunciar aos homens.

Façamos, pois, deste Natal uma festa de alegria – de muita alegria: alegria pelo nascimento de Jesus.

A todos um feliz e abençoado Natal! Em nome de Jesus. Amém.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
piperlin@uol.com.br
www.ielb.org.br

 


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