Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

1º Domingo de Advento– 03 de dezembro de 2006
1. Tessalonicenses 3.9-13 – Série Trienal C – Nivaldo Schneider e Sílvio Ferreira
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Tema: Deus trabalha para o nosso crescimento

Algo que incomoda muito a todos nós brasileiros é o fato de o nosso país não crescer como deveria crescer. O presidente Lula mais uma vez prometeu que o Brasil vai crescer em 2007. A verdade é que todos nós queremos crescer, em todas as áreas.

O nosso texto também fala em crescimento. Diferentemente do Brasil, aqui, quem promete trabalhar para o nosso crescimento é Deus. Por isso, com base em 1. Tessalonicenses 3.9-13, queremos meditar sobre o tema: Deus trabalha para o nosso crescimento.

Os cristãos de Tessalônica viviam na região da Macedônia. Paulo alcançou esta cidade na sua segunda viagem missionária. Permaneceu apenas três semanas, pregando o evangelho ali, onde fundou uma congregação cristã que crescia muito.

Por que Paulo ficou só três semanas em Tessalônica? Porque os judeus começaram a falar mal dele e de Silas e os perseguiram por causa da pregação do evangelho. Por esta razão, foi para Beréia e, depois, enviou Timóteo para continuar o seu trabalho.

Paulo queria muito retornar a Tessalônica, mas foi impedido, visto que a congregação estava passando por graves tribulações – eles eram perseguidos por causa da sua fé. Entretanto, o relatório apresentado por Timóteo deixou Paulo profundamente feliz e agradecido a Deus e levou o apóstolo a uma grande explosão de alegria, manifestada em ações de graça.

Paulo não foi visitá-los, mas escreveu esta carta. Ele era o pai espiritual daqueles cristãos e competia a ele reparar as deficiências que havia na fé dos tessalonicenses e aumentar o seu conhecimento da palavra de Deus, pois, na sua grande maioria, os cristãos de Tessalônica foram convertidos das religiões pagãs.

Em nosso texto, o apóstolo Paulo ora pelos tessalonicenses, pedindo que Deus os faça crescer. De onde vem esse crescimento? Esse crescimento vem do constante uso dos meios da graça – palavra e sacramentos.

Crescendo na fé, aqueles cristãos também iriam crescer no amor, que é o novo mandamento que Jesus deu à sua igreja. E, crescendo no amor, eles seriam sal e luz naquela sociedade pagã. Serviriam aquele que por eles morreu e ressuscitou e assim, pela graça de Deus, seriam conservados em santidade, esperando o retorno de Jesus no dia final. Portanto, esse texto nos convida a refletir sobre o tema: Deus trabalha para o nosso crescimento.

Todas as pessoas querem crescer. Para obter esse crescimento, trabalham, dão duro, lutam, se esforçam, se desgastam, ultrapassam seus limites. Certamente, você fez tudo isso e cresceu neste ano, quer seja no seu trabalho, quer seja nos seus estudos, quer seja nas suas finanças, nos seus projetos pessoais, e assim por diante. Será que você também deu duro, se esforçou, ultrapassou seus limites para crescer espiritualmente nesse ano que vai chegando ao fim?

Paulo estava preocupado com o crescimento espiritual dos cristãos de Tessalônica. Eles tinham deficiências na sua fé e, para repará-las, era necessário crescer no conhecimento da palavra de Deus, no uso dos sacramentos. Isso implicava esforço, dedicação, empenho, perseverança, coragem diante das perseguições que eles enfrentavam.

Você está ciente de que também tem deficiências em sua fé? Você está ciente de que só apegando-se aos meios da graça conseguirá reparar as suas deficiências? Você está ciente da necessidade de empenho, dedicação, perseverança, para crescer espiritualmente?

Quanto você aproveitou das oportunidades que Deus lhe deu para estar em contato com a palavra e sacramentos, seja em casa, seja na Igreja? Quando nós não aproveitamos essas oportunidades, nós não reparamos as deficiências da nossa fé e isso traz conseqüências. Que conseqüências?

As deficiências da nossa fé produzem a falta de amor “de uns para com os outros”. O primeiro sintoma de quem não cresce na fé é a falta de amor àqueles com quem convivem. Como está o seu relacionamento com sua família, com os irmãos na igreja, com seus amigos da escola, com seus colegas de trabalho, com seus vizinhos e parentes – você tem demonstrado amor a essas pessoas? Você as tem tratado com carinho? Você tem procurado ajudar essas pessoas?

As deficiências da nossa fé também produzem a falta de dedicação e empenho no trabalho da igreja. Quando uma pessoa está deficiente na fé ela não se envolve no trabalho da igreja, não usa seu tempo, seus dons e seus bens para o avanço da igreja. Ela não testemunha o evangelho para alcançar mais pessoas para o reino de Deus.

As deficiências da nossa fé também produzem a ingratidão a Deus pelas coisas boas que acontecem na igreja. Quem tem a sua fé deficiente vai apenas falar mal, ver apenas os problemas, os pontos fracos, esquecendo-se das grandes coisas que Deus tem feito pela igreja.

Quando Paulo escreve aos tessalonicenses ele lembra o dia da volta de Jesus. Isso para deixá-los bem alertas e preparados para não serem apanhados de surpresa, indiferentes, afastados de Cristo e da salvação. Pois, se isso acontecesse, receberiam com justiça a ira e o juízo de Deus. Você está preparado para esse dia?

Deus trabalha para o nosso crescimento . Ele faz isso porque quer a nossa felicidade aqui e por toda a eternidade. Foi trabalhando para o nosso crescimento que ele enviou o seu filho Jesus Cristo ao mundo. Jesus trabalhou duramente em nosso favor. Ele deu a sua vida à morte na cruz, levando sobre si todo o nosso pecado, as nossas culpas, as nossas deficiências. Sofrendo, morrendo e ressuscitando, ele conquistou uma nova vida nos reconciliando com Deus.

Nesta nova vida, ele quer que nós cresçamos. Ele providencia os meios para que isso aconteça: o batismo, a palavra e a santa ceia. Por esses meios, ele implanta a fé em nosso coração, fortalece essa fé, dá a garantia do perdão dos nossos pecados e nos anima e consola na certeza de que ele trabalha para o nosso crescimento.

Como uma fita métrica mede o crescimento de uma criança ou adolescente, Deus permite que enxerguemos o nosso crescimento espiritual pelo nosso apego à palavra e aos sacramentos. Ou seja, o tempo que nós dedicamos para vir à igreja, para ouvir a palavra de Deus, para ler, meditar e estudar a palavra, para participar da santa ceia.

Como uma fita métrica mede o crescimento de uma criança ou adolescente, Deus permite que enxerguemos o nosso crescimento espiritual pelo nosso envolvimento no trabalho no reino de Deus, pelo uso dos nossos dons, do nosso tempo, do dinheiro que dedicamos ao crescimento da igreja, pelo testemunho que damos às pessoas que convivem conosco, quer seja com a nossa maneira de viver, quer seja com as nossas palavras.

Como uma fita métrica mede o crescimento de uma criança ou adolescente, Deus permite que enxerguemos o nosso crescimento espiritual pelo amor que dedicamos às pessoas a nossa volta, pela maneira carinhosa como tratamos as pessoas da nossa família, da nossa igreja, da nossa escola, do nosso trabalho.

Como uma fita métrica mede o crescimento de uma criança ou adolescente, Deus permite que enxerguemos o nosso crescimento espiritual pela nossa gratidão a Deus pelas coisas boas que ele tem feito na igreja, pelo evangelho que continua sendo pregado com clareza e pureza entre nós, pelo batismo e santa ceia, administrados de acordo com a vontade de Deus, pelos irmãos e irmãs na fé que caminham ao nosso lado rumo à vida eterna, pelos novos convertidos que foram alcançados pelo nosso testemunho, pelos avanços materiais que Deus nos permitiu alcançar, enfim, por tudo o que Deus, em sua graça nos proporcionou.

Portanto, certos de que Deus trabalha para o nosso crescimento, vamos responder ao seu amor, servindo aquele que por nós morreu e ressuscitou e andando como filhos da luz neste mundo. Que Deus, em sua graça, nos ajude. Amém!

Nivaldo Schneider e Sílvio Ferreira da Silva Filho
Vila Velha – ES – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
nivaldoschneider@yahoo.com.br ; revsilviop@yahoo.com.br

 

 

 

 


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