Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

10 º Domingo Após Pentecostes – 13 de agosto de 2006
Série Trienal B – Jo 6.1-15 – Leandro D. Hübner
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Estimados irmãos e irmãs em Cristo.

Onde vamos comprar comida para toda essa gente? Essa foi a pergunta de Jesus a Filipe quando viu 5000 homens, fora mulheres e crianças, ao seu redor, com fome. O v. 6 nos diz: Masdizia isto para o experimentar; porque Ele bem sabia o que estava para fazer.

Filipe então diz que seria necessário o dinheiro de mais de 200 dias de trabalho (hoje mais de R$3.000,00) no campo para dar um pedaço de pão para cada pessoa. Talvez esse fosse todo o dinheiro que Filipe tivesse no caixa dos discípulos, e ele podia estar pensando: será que Jesus quer deixar a gente liso, sem um centavo? Na verdade, Jesus queria provar a fé de Filipe.

Onde vamos arranjar dinheiro para terminar a construção da nossa igreja? Como vamos conseguir pagar todas as contas da paróquia e ainda ter dinheiro para ter um estagiário ou mais um pastor? Essas são perguntas que nós às vezes fazemos, que você talvez já fez ou pensou. Muitos de nós, pensando nisso, talvez perguntemos: será que Deus quer deixar a gente liso, sem um centavo? Parece que a igreja quer todo nosso dinheiro! Na verdade, Deus quer provar a nossa fé também!

m nosso texto André, talvez querendo ajudar Filipe a sair do aperto, trouxe um menino com 5 pães de cevada, que era o pão dos pobres naquela época, e 2 peixinhos. Mas, como ele mesmo diz, o que é isso para tanta gente?

Era muito pouco. Nas mãos dos discípulos, homens fracos na fé e pecadores como nós, era pouca coisa. Mas, nas mãos divinas de Jesus, vemos que aquilo foi suficiente para mais de 5.000 pessoas e que até sobrou – 12 cestos foram recolhidos do pão que sobrou daqueles simples 5 pãezinhos do menino!

Essa é uma história que tem muito a nos ensinar. Além de mostrar o poder de Jesus como o verdadeiro Deus-homem, ela nos ensina coisas importantes sobre confiança em Deus e sobre nossas ofertas a Ele.

Meus irmãos, quando nós temos que enfrentar dificuldades financeiras na igreja, como encaramos o assunto: geralmente como um problema ou como um desafio? Geralmente, temos que admitir, como um problema. E, ainda por cima, olhamos somente para nós mesmos e para os recursos que temos (ou que não temos...).

Assim como Filipe, nós não olhamos para a providência e os recursos do Pai Celestial. Não demonstramos muita confiança e fé em nosso Deus…

Jesus não rejeitou a oferta daquele menino, mesmo sendo tão pouco em vista daquela multidão. E isso nos ensina a 1 a lição:

  • Quantos de nós às vezes não ofertamos nada para o Senhor no trabalho da igreja com a desculpa de que temos muito pouco para dar?
  • Quantos de nós não ajudamos na construção do nosso templo porque dizemos que não sobra dinheiro para isso?
  • Quantos de nós poderíamos ajudar como pedreiros, ajudantes, etc., mas não acham tempo para isso ou não acham isso importante?

Jesus nos mostra com o exemplo do menino que mesmo que os nossos recursos, talentos, estudo e dons pareçam ser muito poucos e insuficientes, sem importância, Deus nos chama a dedicar o que temos ao serviço do seu reino. Ele, no seu amor e providência, transformará nossa pequena oferta em bênçãos para muitos.

Ter pouco, aliás, é uma desculpa que Deus não aceita para um cristão não ofertar. Jesus nos aponta uma viúva pobre dando suas últimas moedas na oferta a Deus no templo. Quem teria mais desculpa para não ofertar do que essa mulher? O apóstolo Paulo também fala dos cristãos da Macedônia, que embora sendo muito pobres, deram ofertas com grande generosidade (2Co 8.2), de acordo com a força que a graça de Deus produziu neles (2Co 8.3).

Aí está o segredo que Deus nos ensina: confiar no seu amor e na sua providência, na sua graça e no seu cuidado por nós! A palavra que Paulo usa para dizer que os macedônios “fizeram tudo o que podiam” é dýnamis, de onde vem “dinamite”. Assim, a dýnamis-força das nossas ofertas está de acordo com a dýnamis-força da nossa fé. A nossa oferta será sempre proporcional à força da nossa fé e também proporcional à boa jornada, à prosperidade que tivemos, pois Paulo diz também (2Co 8.12 e 1Co 16.2:

Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem ... No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.

Nós somos tentados a guardar o pouco que temos e não oferecer isso para o serviço do Senhor. Somos tentados a pensar: “primeiro trabalharei para mim mesmo, primeiro ganharei minha própria fortuna, e então terei algo para ofertar ao Senhor, mas não agora.”

O menino entregou a Jesus o que ele tinha ali. Por isso, se o que nós temos para oferecer ao Senhor é pouco, temos que aprender a entregar isso a Ele crendo que Ele pode multiplicar nossa oferta para que sirva aos seus propósitos, sabendo que os recursos de Deus são muito maiores que a necessidade humana. Em resumo, podemos dizer que Deus transforma pouco em muito!

Jesus transformou o pouco oferecido por aquele menino em bênçãos para muitas pessoas. E nós, pensamos que Deus quer usar nossas ofertas para abençoar muita gente? Ou pensamos que não temos nada a ver com o trabalho da paróquia, com a construção da igreja, com a missão que Deus dá para cada cristão, que é levar Cristo para todos?

Vejam o que diz um pastor de uma outra paróquia aqui de Santa Catarina sobre as ofertas e a nossa confiança em Deus:

“ Na 2 a Carta de Paulo aos Coríntios 9.6 o apóstolo Paulo ensina uma coisa muito interessante sobre a oferta. Ele diz assim: ‘... se vocês derem pouco, receberão pouco’. No v. 8 diz: ‘ E Deus pode dar muito mais do que vocês precisam para que tenham sempre tudo do que necessitam e ainda mais do que o necessário para toda boa causa’.

Aqui poderíamos usar o exemplo do lavrador. Aquele que planta pouco, terá uma colheita bem pequena, mas aquele que plantar muito, muito colherá.

Em nossa comunidade existem pessoas que têm um salário baixo, mas cada fim de mês eles trazem dez por cento e até mais para o Reino de Deus. Nunca deixam de ofertar. E pelo que se vê, eles têm dinheiro até para emprestar ou ajudar outras pessoas em necessidade. Outras pessoas da igreja sempre estão em crise financeira e passam meses em que nada ofertam. A sua vida parece piorar todo ano. Não estará o problema justamente nas ofertas? Não plantam e por isso não colhem? Se recebemos tudo das mãos misericordiosas de Deus, por que fechamos as mãos e ficamos com dó de trazer, de devolver parte destas bênçãos para Deus?

Existem pessoas que dizem assim: eu não contribuo mais porque não concordo com essa diretoria ou com o nosso pastor. ... O filho de Deus não contribui para pessoas. Contribui, oferta paraAquele que nos dá o pão nosso de cada dia, apesar de nossa total indignidade.

O povo de Deus, os filhos amados de Deus jamais vão contribuir, ofertar uma determinada quantia porque são obrigados a isto. Vão ofertar em reconhecimento de que tudo vem de Deus. Vão ofertar com alegria porque o próprio amor de Jesus Cristo o estimula a ofertar. Vão ofertar porque é uma maneira deresponder ao amor de Deus com amor.”

Ao final da sua mensagem o pastor ainda diz: “Mas a missão da igreja é esta. Melhor, a missão é sua. A igreja deveria estar sempre bem pintada. O carro da igreja deveria estar novo e bonito, para que todos vejam que nesta igreja existe zelo, existe capricho, existe amor, existe empenho. Agora no fim da leitura, você poderá tentar se enganar mais uma vez, dizendo que tudo isto é conversa fiada, mas você sabe que é a verdade. Se alguém se nega a ofertar ao Senhor, é porque está morto espiritualmente, e mortos não ofertam...”

Sim, irmãos e irmãs, confiança em Deus e ofertas de gratidão a Ele são provas de que nossa fé é viva, e que não estamos mortos espiritualmente. A missão de Deus que Ele põe em nossas mãos como igreja exige investimentos e gastos. Alguns reclamam disso, mas não gastar ou investir na igreja é a mesma coisa que não gastar nada com um filho nosso porque ele já não dá mais despesas aos pais, porque está morto!

Deus transforma pouco em muito ! Jesus não condenou os discípulos pela sua falta de fé, mas mostrou a eles e a nós que podemos confiar no seu amor e poder. Ele quer transformar a nossa pouca fé e confiança em muita fé e confiança, através da Palavra e da Santa Ceia. Ele quer receber de nós ofertas de gratidão e alegria, seja em dinheiro, seja em trabalho, tempo, dons ou bens, mesmo que sejam poucas, para transformar o pouco em muito, para a salvação de muitas pessoas!

Que Deus abençoe e ajude a você, meu irmão e minha irmã, a oferecer a Jesus o que você tem, o que Deus lhe deu e que será transformado em bênçãos para muitos. Se você confia em Cristo, Deus não condenará você pelos seus pecados, pois para isso Jesus veio ao mundo: para multiplicar a salvação e o perdão de Deus para muitos, para todos os que crêem nele, para você também.

Deus quer transformar o nosso pouco em muito! Amém.

Leandro Daniel Hübner
Dionísio Cerqueira – SC – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
ldh@temais.com.br, ledahu@gmail.com
www.ielb.org.br


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