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4º domingo de Páscoa – 07 de maio de 2006 |
Tema: Deus nos enche de coragem para testemunhar
A seleção brasileira é a favorita para ganhar o mundial da Alemanha. Para qualquer seleção do mundo jogar contra a seleção brasileira, precisa se encher de coragem. Se isso não acontecer, ela treme de medo. O nosso texto nos fala de alguém que nos enche de coragem: O próprio Deus. Por isso, com base em At 4.23-33, queremos meditar sobre o tema: Deus nos enche de coragem para testemunhar. Pedro e João tinham sido instrumentos de Deus para curar um homem aleijado. Esse milagre repercutiu muito e eles foram chamados a dar explicações diante das autoridades religiosas dos judeus. Lá eles testemunharam que, em nome de Jesus, aquele aleijado tinha sido curado. E também testemunharam que somente em Jesus há salvação. Então eles foram presos e, depois de terem sido ameaçados pelos líderes dos judeus, foram soltos. Depois de serem soltos da prisão, eles procuraram os outros discípulos e demais seguidores de Jesus. Eles se reuniram em oração e intercederam junto a Deus, para que olhasse em favor da sua igreja e dos seus discípulos diante das ameaças que estavam recebendo, e para que continuassem firmes e confiantes no testemunho de Jesus. Eles tinham plena convicção de que seriam protegidos e amparados por Deus na missão de levar Cristo para todos. Por isso, eles não reclamaram das perseguições, mas pediram a Deus coragem para anunciar o evangelho. Quando terminaram de orar, tremeu o lugar onde eles estavam reunidos, ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a anunciar corajosamente a palavra de Deus. Os cristãos daquela época viviam em comunhão. Eles se auxiliavam mutuamente e ajudavam uns aos outros na medida em que alguém tinha necessidade. E com grande poder davam testemunho da ressurreição de Jesus, e Deus derramava muitas bênçãos sobre todos. Portanto, esse texto nos convida a meditar sobre o tema: Deus nos enche de coragem para testemunhar. Você tem coragem de testemunhar, de falar de Jesus para as pessoas à sua volta? Não é assim que, muitas vezes, nós não temos coragem para testemunhar? O que causa essa falta de coragem? A falta de coragem para testemunhar tem como causa a fraqueza na fé. Esta fraqueza na fé surge quando nós deixamos de aproveitar as oportunidades que temos de ler a palavra de Deus, de ouvi-la com atenção, de participar dos cultos e da santa ceia. Deus nos oferece o alimento para fortalecer a nossa fé com abundância. O que falta é a vontade de nos alimentar na palavra e sacramentos, nos falta a vontade de crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo, nos falta comunhão com Deus. Porque não nos fortalecemos na palavra e nos sacramentos, nós temos medo da reação das pessoas. Por isso, deixamos de testemunhar. Temos medo de sermos rotulados de pessoas incapazes, fracas, ignorantes, sem cultura. Quando Deus nos chama para dar testemunho do evangelho para pessoas que vivem nas trevas e que sempre querem nos recriminar, rejeitar o nosso testemunho, nos perseguir, a nossa tendência é ficar com medo, recuar e não dar testemunho. Nesses momentos, nós não enxergamos as oportunidades que Deus nos dá para testemunhar; ao contrário, vemos somente as dificuldades, as barreiras, os perigos. Assim, nos enchemos de pessimismo, de desânimo e de medo. E por que nos enchemos de medo? Porque não confiamos na presença e na ajuda de Deus. Olhamos para dentro de nós e vemos apenas fraquezas, limitações e dificuldades. Por isso, somos medrosos, e deixamos de fazer o que Deus quer que façamos. Quando nós agimos assim, demonstramos claramente que não confiamos que Deus nos enche de coragem, e assim nos afastamos dele, desobedecendo a sua santa vontade, atraindo sobre nós o seu castigo, nesta vida e por toda a eternidade. Se nós somos medrosos, Jesus foi corajoso. Ele enfrentou a perseguição, a violência, a morte em nosso lugar, e as venceu. Ele levou sobre si todo o nosso medo, falta de coragem e todos os nossos outros pecados. Com o seu sofrimento, morte e ressurreição, ele nos reconciliou com Deus, conquistou perdão para todos os nossos pecados e nos garante a sua companhia e bênção para a nossa vida de testemunho. Todas essas bênçãos, Deus continua trazendo-as a nós no evangelho. No batismo, ele nos fez ovelhas do rebanho do bom pastor Jesus. Na pregação da palavra e na santa ceia ele firma a nossa confiança nesse bom pastor, ele perdoa diária e abundantemente todos os nossos pecados, ele fortalece a nossa fé e nos enche de coragem para testemunhar. O salmista Davi que certamente enfrentou muitos perigos, perseguições, sofrimentos e medos em sua vida, aprendeu a confiar nesse bom pastor, e sempre foi socorrido e encorajado por Deus. Por isso, ele disse: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. ... Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo... Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida” (Sl 23). O apóstolo João, que também confiou no bom pastor Jesus, foi encorajado por ele para testemunhar. Por isso ele disse: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai a ponto de sermos chamados filhos de Deus” (1 Jo 3.1). Como filhos de Deus, temos a garantia da presença constante do bom pastor Jesus ao nosso lado, da sua ajuda e coragem para que testemunhemos o seu grande amor, manifestado no seu sofrimento, morte e ressurreição em nosso favor. O próprio Jesus, no evangelho, afirma que ele é o “bom pastor que conhece as suas ovelhas e dá a vida por elas”. E assim ele nos garante que conhece todas as nossas necessidades, angústias, dificuldades, medos, e está sempre pronto a nos ajudar e nos encher de coragem para testemunhar. Ele encorajou Moisés, na missão de tirar o povo do Egito e conduzi-lo para a terra de Canaã. Ele encorajou Jeremias quando este se sentiu fraco e pequeno para a missão à qual foi chamado, para anunciar a palavra de Deus ao povo de Israel. Ele encorajou Paulo quando este estava diante de um grande desafio na cidade de Corinto. Ele disse: “Eu estou contigo e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade. Portanto, não tenhas medo, fala e não te cales!” (At 18.9-10). Assim, ele quer nos encher de coragem para testemunhar o evangelho na família, na escola, no trabalho, entre os vizinhos e amigos, e para todas as pessoas as quais Deus nos der a oportunidade de fazê-lo. Portanto, apegados à palavra e às promessas de Deus, vamos testemunhar, na certeza que Deus nos enche de coragem para fazê-lo. Amém! Sílvio Ferreira da Silva Filho |
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