Göttinger Predigten im Internet
ed. by U. Nembach, J. Neukirch, C. Dinkel, I. Karle

Domingo de Ramos – 09 de abril de 2006
Zacarias 9.9-10 – Lindolfo Pieper
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


A VINDA DO REI JESUS

Zacarias 9.9: “Alegra-te muito, ó filha de Sião, exulta, ó filha de Jerusalém: Eis aí te vem o teu Rei, manso e humilde, montando num jumento, num jumentinho, cria de jumenta”.

Um rei, comandando um enorme exército, se aproxima da cidade de Jerusalém para tomá-la a força. Os habitantes ficam apreensivos, sem saber o que fazer. Eles são só têm uma alternativa: se entregar pacificamente ou lutar até morrer.

Numa rápida reunião eles decidem se entregar. O sumo-sacerdote, acompanhado de uma grande multidão, vai ao encontro do rei. O portão da cidade é aberto. O sumo-sacerdote informa ao rei que os habitantes da cidade se rendem incondicionalmente. Em troca esperam apenas que o rei não os maltrate. O nome desse rei é Alexandre o Grande.

I

Quanta diferença há entre a entrada desse grande rei com a entrada de Jesus em Jerusalém. Alexandre o Grande entra na cidade de Jerusalém com um numeroso exército, formado de guerreiros cruéis. Jesus entra na cidade manso e humilde, acompanhado pelos seus seguidores, que, com toda a alegria, clamam: “Hosana ao Filho de Davi. Bendito ao que vem em nome do Senhor. Hosana nas maiores alturas!”.

Alexandre o Grande não era, com certeza, um hóspede benvindo. Os habitantes de Jerusalém o recebem daquela maneira não porque gostavam dele, mas sim por causa do medo que tinham dele. Eles sabiam como ele era cruel e poderoso, conquistando toda a Europa com o seu exército. Eles sabiam que se não se entregassem, seriam todos mortos ou escravizados.

A Bíblia nos diz que quando Jesus estava vindo em direção à cidade de Jerusalém, houve um grande alvoroço na cidade. O povo ficou preocupado. Os escribas e fariseus convocam depressa uma reunião para saber o que fazer. Eles têm medo de que isso aconteça e tentam de todas as maneiras impedir que Jesus entre na cidade.

Mas, por que os judeus temem a Jesus, que era manso e humilde, a respeito de quem o profeta Zacarias havia profetizado há muitos anos atrás: “Dizei a filha de Sião: eis aí te vem o teu Rei, manso e humilde, montado num jumentinho, cria de animal de carga”.

Com certeza é porque não o conheciam direito, senão o teriam recebido com muita alegria, assim como o povo de Jerusalém o fez, clamando, enquanto estendiam as suas vestes pelo chão: “Hosana ao filho de Davi. Bendito ao que vem em nome do Senhor. Hosana nas maiores alturas!”.

O Rei Jesus está vindo a nós hoje. Não de maneira visível como ele entrou em Jerusalém, mas de modo invisível. Ele vem a nós hoje através da sua Palavra e dos Sacramentos. Onde a Palavra de Deus é anunciada, seja na igreja, no rádio ou na televisão, Jesus está vindo até nós, se fazendo presente na nossa vida.

II

É motivo de muita alegria para nós saber que o Rei Jesus, o mesmo que entrou de maneira triunfal em Jerusalém, vem a nós. É de grande conforto para nós saber que aquele Jesus que um dia subiu aos céus e está assentado à direita de Deus, vem nos visitar aqui na terra. Por que?

É porque Jesus é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Ele é muito mais do que Alexandre o Grande ou de que qualquer outro rei. Ele é um rei que não governa à base da força e da violência, mas pelo amor.

Ele é o Rei onisciente, que conhece todos os segredos do coração humano. Ele é o Rei todo-poderoso, para quem nada é impossível.

Que Jesus é um Rei onisciente nós o sabemos pelo Evangelho. Quantas vezes não nos é dito pelos evangelistas que Jesus sabia de tudo, até aquilo que as pessoas pensavam. Jesus, por exemplo, não estivera em Betfagé antes, mas sabia que lá havia um jumentinho preso, esperando por ele. Como se explica isso? Só há uma explicação: Jesus é onisciente, ele sabe tudo.

E isso é de grande conforto para nós. Pois isso significa que Jesus sabe tudo, ele conhece o passado e o futuro. Para ele nada há encoberto. Ele conhece as nossas necessidades e os nossos problemas.

Os homens podem ver as nossas necessidades e os nossos problemas, mas não podem entender o nosso sofrimento. Jesus, porém, não apenas conhece os nossos problemas, mas ele nos entende quando estamos sofrendo.

Porém Jesus não é apenas onisciente. Ele é também todo-poderoso. Diz ele na sua Palavra: “Todo o poder me foi dado, no céu e na terra. Eis que estou convosco até a consumação dos séculos”. E no Evangelho de Lucas, capítulo 19, versículo 34, lemos: “Quando ia soltando o animal, o dono perguntou-lhes: Por que estão soltando o meu jumento? E eles responderam: O Senhor precisa deles”.

Aqui notamos uma coisa interessante. Jesus precisava dum animal. Não o compra. Mas o pega emprestado dum homem que nem sequer o conhece. O homem, no começo, não quer emprestar o animal. Mas de repente ele muda de idéia e deixa que os dois homens estranhos levem o seu animal. Como explicar isso?

Só há uma explicação para isso: Jesus é poderoso. Ele mudou o coração daquele homem, fazendo-o concordar com que levassem o seu animal.

Isso é de grande conforto para nós. Pois isso significa que Jesus tem poder sobre tudo, até mesmo sobre os homens. Ele não apenas conhece os nossos corações e as nossas necessidades, mas também nos pode socorrer. Diz ele na sua Palavra: “Invoca-me no dia da angústia, eu te livrarei e tu me glorificarás”.

III

Porém o mais importante de tudo é saber que Jesus é manso. Diz o profeta Zacarias: “Eis aí te vem o teu Rei, manso e humilde, montando num jumentinho, cria de animal de carga”.

Seria terrível para nós se Jesus fosse apenas onisciente e poderoso. A sua presença entre nós poderia provocar medo e espanto. Pois na sua onisciência ele conhece todos os nossos pecados, até mesmo os mais secretos. E no seu grande poder ele poderia nos destruir.

Porém Jesus não vem a nós para fazer juízo. Ele é manso e bondoso. Ele vem para nos salvar.

Por isso, se alguém precisa de perdão, venha a Cristo. Se alguém está triste e precisa de paz, venha a Cristo. Diz ele na sua Palavra: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”.

Cristo tem perdão para todos. Ele não rejeita a ninguém, por mais pecador que seja. Diz ele: “O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”.

Conclusão

Quando Jesus entrou em Jerusalém, o povo ficou alegre. E como sinal de sua alegria, os habitantes da cidade estenderam as suas vestes pelo caminho. Eles demonstraram com gestos concretos a alegria que enchia o seu coração.

É o que Deus também espera de nós. Jesus não quer que o louvemos apenas com os nossos lábios, mas também com a nossa vida. Uma vida consagrada e dedicada a Deus deve acompanhar o nosso louvor.

Que Deus encha os nossos corações de alegria, fazendo-nos compreender cada vez melhor o significado da morte de Jesus, a fim de que celebremos a ressurreição de Jesus de maneira correta.

Que nesta Páscoa possamos cantar de coração: “Linda Páscoa do Senhor, vem do céu um esplendor. É Jesus que ressurgiu, e da morte nos remiu. Aleluia, ressurgiu. Meu Jesus me redimiu. Canto glória ao meu Senhor, que é meu Rei, meu Salvador”.

E então, um dia na eternidade, podemos cantar junto com o grande coro dos anjos: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor”.

Que Deus nos conceda esta graça. Em nome de Jesus. Amém.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
piperlin@uol.com.br
www.ielb.org.br

 

 

 

 

 


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