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Quinto Domingo na Quaresma- 02 de Abril de 2006 |
Texto: Jr 31.31-34 Tema: Deus faz de tudo para nos salvar A copa do mundo está se aproximando. Todos sabem que Ronaldo “fenômeno” não está numa grande fase. Então, está se fazendo de tudo para animá-lo. Inclusive o presidente Lula enviou uma carta para ele, a fim de melhorar o seu “astral”, para que ele recupere a sua boa forma e volte a fazer muitos gols. O nosso texto também fala de alguém que faz de tudo, não apenas para nos animar e melhorar o nosso “astral”, mas para nos salvar. Esse alguém é o próprio Deus. Por isso, com base em Jr 31.31-34, queremos meditar sobre o tema: Deus faz de tudo para nos salvar. O profeta Jeremias viveu numa vila perto de Jerusalém, por volta de 600 a.C. Ele foi chamado por Deus para ser profeta quando era ainda muito jovem, e trabalhou por cerca de 40 anos. Foi chamado de “profeta chorão”, porque sentiu como ninguém a infidelidade do povo de Deus, e isso o entristeceu muitíssimo. Ele presenciou o castigo que o povo de Deus sofreu por causa da sua infidelidade, e foi nesse contexto difícil que Deus lhe revelou a promessa da nova aliança. Por que Deus precisou estabelecer uma nova aliança? Porque a antiga aliança estava baseada na lei e na obediência do povo. Mas o povo quebrou com a sua desobediência e infidelidade esta aliança de Deus. Na nova aliança que Deus estabeleceu, não estava mais firmada na obediência do povo. A obra de Deus nesta aliança seria prover o perdão, que foi obtido efetivamente em Cristo Jesus. A parte do povo era confiar no perdão de Deus e, então, viver de acordo com a vontade de Deus. E essa nova aliança foi efetivamente sancionada quando Jesus, o filho de Deus, veio ao mundo, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar toda a humanidade. Portanto, o texto de hoje nos convida a meditar sobre o tema: Deus faz de tudo para salvar as pessoas. Como nós nos mostramos infiéis a Deus hoje? Como nós quebramos a aliança que Deus fez conosco? Nós quebramos a nova aliança que Deus fez conosco quando não confiamos em Jesus Cristo, no que ele fez por nós e, então passamos a confiar em nós mesmos, nas nossas obras, na nossa piedade, na nossa capacidade, nos nossos esforços. Os ensinamentos de muitas denominações e seitas nos querem levar a acreditar que, pelos nossos próprios esforços, nós conseguimos alcançar o favor de Deus, garantir a nossa entrada no céu. Isso se vê claramente quando ensinam que não devemos usar determinadas roupas, que a mulher não deve cortar o cabelo, não deve usar maquiagem, que o cristão não deve tatuar-se ou usar “piercing”, que não deve fazer uso de bebida alcoólica, que não deve ir a festas ou ambientes que não seja exclusivamente a igreja, que não devem visitar outra igreja. Por outro lado, ensinam que para conquistar um lugar no céu o cristão tem que dar o dízimo, tem que ir todos os dias à igreja, tem que jejuar, tem que participar de campanhas de oração, entre tantas outras coisas. Ensinam abertamente que o verdadeiro cristão se caracteriza por essas coisas e que assim, está vivendo dentro da aliança estabelecida por Deus. Se ele mente, se ele tem pensamentos maliciosos, se tem ódio do irmão, se é ganancioso, se é desonesto, se é fingido, se não tem amor pela esposa / marido e pelos filhos / pais, não tem problema. Desde que viva uma vida de aparente santidade, em conformidade com as doutrinas da referida igreja. Quem confia nessas coisas, anula a nova aliança que Deus fez. Nós quebramos a nova aliança que Deus fez conosco quando não alimentamos com o evangelho a nova vida que Deus nos deu no batismo. Uma das piores coisas que o cristão pode pensar é que ele tem a liberdade de ir ou não à igreja, de ouvir ou não ouvir a palavra de Deus, de participar ou não da santa ceia. Temos clareza sobre o que leva alguém a afastar-se da palavra de Deus? O que leva alguém a deixar de participar dos cultos e da santa ceia? Certamente a ilusão de que pode ser feliz longe da graça de Deus, que pode ser feliz correndo atrás das coisas do mundo, que pode ser feliz confiando nos conselhos do mundo e, finalmente, que pode ter a falsa certeza de que ficará impune, que a sua atitude de desprezo à palavra de Deus não terá conseqüências ruins para a sua vida agora já e eternamente. Jesus denuncia essa atitude errada com palavras duras dizendo: “Quem é de Deus, ouve a palavra de Deus. Por isso não me dais ouvidos, porque não sois de Deus!” (Jo 8.47) Nós quebramos a nova aliança que Deus fez conosco quando não vivemos de acordo com a vontade de Deus. O que você pensa quando vê uma mulher casada se insinuar para um outro homem, ou um homem casado se insinuar para uma outra mulher? Certamente que tanto um como o outro é infiel. O que se pode dizer de um cristão, um filho de Deus, vivendo de maneira contrária à vontade de Deus? Que ele não é fiel à nova aliança que Deus fez com ele. Essa infidelidade traz conseqüências? Claro que sim, porque ela afasta de Deus e conduz à perdição eterna. A nova aliança que Deus fez conosco tem o objetivo de nos livrar da perdição eterna e nos dar a salvação. Esse Deus, que é misericordioso e faz de tudo para nos salvar, prometeu e enviou ao mundo o seu filho Jesus Cristo. O próprio profeta Jeremias anunciou a vinda de Jesus, o que se cumpriu cerca de 600 anos mais tarde. Quando veio ao mundo, Jesus tomou sobre si toda a nossa infidelidade, toda a nossa rebeldia, toda a nossa desobediência, e levou tudo sobre si, sofrendo cruel e amargamente na cruz, morrendo em nosso lugar e ressuscitando triunfantemente. Ele venceu todos os nossos inimigos. Derrotou o diabo. Venceu a morte. Ele nos reconciliou com o Pai, conquistou perdão para todos os nossos pecados e nos dá um novo coração e uma nova vida. Essa reconciliação, perdão e nova vida ficam muito claros nas palavras do profeta Jeremias, quando disse: “Pois eu perdoarei os seus pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades” (v. 34). E tudo isso Jesus nos oferece de graça no nosso batismo, na pregação, no ensino claro da sua palavra e na celebração da santa ceia. Uma vez reconciliados com Deus, em Cristo Jesus, vivendo dentro da nova aliança que Deus estabeleceu conosco, alimentados pela palavra e sacramentos, nós agora pedimos com o salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e dá-me uma vontade nova e firme. Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito. Dá-me novamente a alegria da tua salvação e conserva em mim o desejo de ser obediente. Então ensinarei aos transgressores o teu caminho. Com alegria anunciarei a tua salvação. Eu te louvarei” (Sl 51. 10-12). Como é impressionante observar o contraste entre os que pregam a obediência para alcançar o céu - com o ensino claro da palavra de Deus que diz que ele, Deus, se reconcilia conosco, faz de tudo para nos salvar e, agora, coloca o seu Espírito Santo dentro de nós, pela palavra e sacramentos, para orientar, motivar e dirigir a nossa nova vida! Quando formos tentados a confiar em nós mesmos, lembremos das palavras do apóstolo Paulo, que disse: “Já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora, é por meio da minha fé em Cristo que eu sou aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé” (Fp 3.9). Portanto, tendo a certeza de que Deus faz de tudo para nos salvar, vamos confiar nele de todo o nosso coração, vamos nos apegar à sua palavra e viver de acordo com a sua vontade, certos da sua bênção e ajuda. Amém! Sílvio Ferreira da Silva
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