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Segundo Domingo Após Epifania, 15 de Janeiro de 2006 |
Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente. Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. Depois disto, desceu ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias. [João 2.1-12]
O Amor de Deus se Manifesta em Nós Amados irmãos, nós já estamos chegando à metade de Janeiro. 2005 já ficou definitivamente para trás, e 2006 já nem pode mais ser chamado de ano novo. O clima festivo de final e início de ano já passou, e o Carnaval, que faz o Brasil parar por – pelo menos – três dias ainda está 40 dias além. Para nós, brasileiros, que gostamos de uma boa festa, esta época do ano é um divisor de águas. E você, gosta de ir a festas? Pois eu gostaria de lhe convidar para uma festa muito especial, que acontecerá hoje à noite. É uma festa simples, em uma vila pequena perto da cidade. Gente muito humilde e alegre, você com certeza se sentirá muito à vontade. E faço questão que você vá - pode levar seus amigos, quanto mais pessoas forem, melhor. É uma festa de casamento, e portanto, haverá com certeza muita diversão. Este convite certamente seria tentador para qualquer um de nós, não parece? Afinal, festas de casamento costumam ser bastante animadas. Pois o convite feito a Jesus para ir ao casamento em Caná, na Galiléia, deve ter sido parecido com este. O casamento em questão não parece ter sido de um casal rico. A Galiléia era uma região pouco importante naquela época, pois estava longe de Jerusalém, que era a principal cidade dos judeus. Caná, então, era um pequeno vilarejo, a cerca de 10 Km de Nazaré, cidade onde Jesus morava. Provavelmente os noivos eram amigos de infância de Jesus, pois toda a sua família estava convidada para a festa, e também os seus discípulos. Como podemos ver, esta era uma festa simples, freqüentada por gente simples. Podemos facilmente concluir que não era, definitivamente, o lugar ideal para Jesus realizar o seu primeiro sinal. Será? Aparentemente, não era mesmo. Afinal, nós deveríamos esperar que Jesus mostrasse seu poder aos reis e aos sacerdotes, e não a pessoas insignificantes, por quem pouco adiantaria ser admirado. Os planos de Deus, no entanto, são sempre uma surpresa para nós. O que para nós parece absurdo, para Deus é o correto. O texto nos conta que ali, naquele lugar simples, rodeado por pessoas humildes, Jesus transformou água em vinho, o seu primeiro milagre. Através deste milagre, Jesus manifestou a sua glória, e por causa deste milagre os discípulos creram nele. O que significa este manifestou a sua glória ? Manifestar é tornar pública uma coisa que antes era desconhecida. É revelar a todos algo que antes era um segredo. Neste caso, Jesus manifestou a sua glória. Antes desta festa, Jesus era apenas uma pessoa comum, o filho do carpinteiro José. Depois desta festa, Jesus passa a ser visto como alguém que tem poder e majestade, pois por onde passava dava sinais de sua glória, curando pessoas e falando com autoridade e sabedoria. Transformar água em vinho, curar paralíticos, coxos e leprosos; multiplicar pães e andar sobre as águas. Será que estas coisas são tão difíceis de se fazer? Para nós, certamente, são impossíveis. Para Deus, porém, não há impossível. Estes sinais são apenas pequenas demonstrações da glória de Jesus. Afinal, seu maior feito ainda estava por vir. O mundo inteiro, hoje, está preocupado com o avanço da AIDS, que ameaça se transformar em uma verdadeira epidemia, especialmente na África, onde atinge 10% da população de alguns países. Certamente o medo da AIDS é tão grande pelo fato de não se conhecer ainda a cura desta doença, e por matar as pessoas lentamente, provocando ainda o preconceito da sociedade, que sempre coloca as vítimas da AIDS sob suspeita de ter contraído a doença através de uma vida promíscua e cheia de vícios. Há, porém, uma doença ainda mais terrível do que a AIDS. Não é uma doença como a AIDS, que mata o corpo mas não pode matar a alma. Esta doença é muito mais grave, pois mata não só o nosso corpo como também a nossa alma. Esta doença também é incurável, e todos nós sofremos dela. É uma doença que nos leva à morte eterna, definitiva. Esta terrível doença é o que chamamos de pecado. Contra o pecado não existe vacina, pois todos já nascemos pecadores. Não podemos curá-lo com remédios ou tratamentos especializados, pois ele faz parte da nossa própria natureza. Naquela festa em Caná, Jesus começou a manifestar a sua glória perante os homens. Esta manifestação, no entanto, atinge o seu ponto máximo quando nos é revelada a missão de Jesus entre os homens: que Jesus veio ao mundo para curar a nossa pior enfermidade, a única que jamais poderíamos curar por nossa própria conta. Com seu sofrimento e morte, Jesus tomou sobre si os nossos pecados, purificando-nos completamente, e ao ressuscitar, proclamou a nossa vitória definitiva contra o pecado, uma vitória que não apenas nos livra da morte eterna, mas nos traz a certeza da vida eterna Esta sim, foi a grande manifestação da glória de Deus em Cristo. Esta manifestação da glória de Deus em Jesus Cristo indica o início de uma nova etapa em nossas vidas: etapa em que vivemos sabendo que há Salvação para o pecador. Quando Jesus manifestou a sua glória na cruz, revelou-nos algo que não conhecíamos: a bondade e o amor de Deus para com todos os homens. A manifestação da glória de Deus, no entanto, não se limita apenas à obra redentora de Cristo. A Palavra de Deus nos diz que esta glória será também revelada ao mundo inteiro na sua segunda vinda, quando todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Então todos os povos verão a Deus e contemplarão a sua glória. Este é o dilema do cristão: vivemos sob a tensão destas duas manifestações gloriosas de Cristo: a primeira, em que ele venceu a morte para nos trazer a Salvação, e a segunda, definitiva, quando ele voltará para reinar juntamente com os santos, no seu reino glorioso que não terá fim. Estas duas manifestações guiam todo o nosso ser: crendo firmemente que vencemos o pecado e a morte juntamente com o Cristo ressuscitado, esperamos pacientemente pela sua volta gloriosa, quando tomaremos posse da vida eterna a seu lado. Enquanto esperamos por esta manifestação definitiva da glória de Deus em Cristo, nós podemos já agora, neste instante, ter uma noção do que nos aguarda para aquele dia. Isto porque Deus nos manifesta a sua glória através da transformação que o seu amor opera em nossos corações. O amor de Deus por nós, revelado em Cristo, nos torna capazes de irradiar amor ao nosso próximo. Isto é o que nos diz o apóstolo Paulo na epístola lida hoje, que assim como Cristo foi ressuscitado pela glória do Pai, assim também nós podemos andar em novidade de vida. E é nesta novidade de vida que podemos aguardar unidos pela manifestação gloriosa de Cristo na sua vinda. Como podemos ver, nós todos temos muitos motivos para comemorar. Temos motivo para festejar não só durante esta época de feriados e reinício de ano. Nós podemos festejar durante o ano todo, pois Deus nos revelou a sua glória através da vitória de Cristo sobre a morte; Rev. Gerson L. Flor
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