Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

1° Domingo de Epifania, 08 de Janeiro de 2006
Série Trienal “B”. Onde está o recém-nascido rei dos Judeus? (Mateus 2.1-12)
Horst R. Kuchenbecker
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Introdução

Na sexta-feira passada, dai 6, a cristandade celebrou o dia de Epifania. Epifania significa manifestação. Jesus, nascido em Belém da Judéia, manifestou-se como salvador também dos gentios e de toda a humanidade.

Epifania é, para nós, uma festa de júbilo e gratidão a Deus por ele ter-se manifestado também a nós. Por Jesus ter feito sua palavra chegar a nós e ter nos aberto os olhos para crermos. A alegria da salvação nos leva a adorá-lo e a empenhar nos pela salvação de outros, conforme a ordem e promessa de Jesus. Neste dia somos lembrados de nossa responsabilidade missionária.

Que a contemplação deste evangelho no faça crescer nos conhecimento de Cristo como nosso Salvador e Rei, nos estimule na adoração e nos impulsione nos trabalhos missionários.

1. Onde está o recém-nascido rei dos judeus?

A leitura da história dos magos, desperta em nós uma série de perguntas. Algumas por simples curiosidade e de pouca importância para a fé, outras importantes, que requerem uma resposta correta. Vejamos.

v.1:Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém. E perguntaram: Onde está o recém-nascido Reis dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente e viemos para adorá-lo.

Quem são estes magos? De onde vieram? Com souberam a respeito do menino Jesus? Magos eram pessoas estudadas, sábios, astrólogos, filósofos, sacerdotes. Na maioria das vezes, eram conselheiros de reis, a exemplo do profeta Daniel, que foi conselheiro de vários reis na Babilônia. Esses magos, eram provavelmente da Babilônia. Foi ali que o povo de Israel passou 70 anos em cativeiro. Eles tornaram a religião judaica bem conhecida naquelas terras. O Antigo Testamento com suas profecias era conhecido. É preciso lembrar também que, quando os judeus voltaram do cativeiro, nem todos voltaram. Muitos judeus ficaram na Babilônia e continuaram ali adorando e falando do salvador prometido. Assim esses magos eram provavelmente pessoas muito tementes a Deus, que conheciam as profecias a respeito da vinda do Rei, como descendentes do rei Davi, o qual ergueria um reino eterno de paz. Eles esperavam pelo cumprimento das profecias.

Em determinado momento da história, como diz o apóstolo Paulo: Vindo a plenitude do tempo (Gl 4.4), Deus lhes revelou por uma estrela especial, que o Salvador Jesus nascera. Não temos maiores detalhes sobre esta revelação e não especularmos a respeito.

2. Eles afirmam: Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para adorá-lo. (v.2)

A estrela lhes anunciou o nascimento. Pelas profecias sabiam que ele nasceria em Israel, na Judéia. Não sabemos quanto tempo viajaram. Se foram pelo deserto, uma jornada muito perigosa, devem ter levado cerca de três meses. Se foram pelo norte, por Damasco, levaram no mínimo um ano de viagem. Tudo isso, com o intuito de ver e adorar o menino Rei. Bem disse Jesus aos judeus: Eu vos afirmo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vezes, e não viram, e ouvir o que ouvis e não o ouviram. (Lc 10.24) Eles vieram para adorar o menino e não pouparam sacrifícios para isso.

E hoje, Jesus vem a nós por sua Palavra e sacramentos. Nós o temos em nosso meio. Ele quer nos falar ao coração, conceder paz e esperança, que tanto falta. Ele quer consolar e orientar nos na vida. Quantos lhe dão atenção e vem adorá-lo?

Vindo a Israel a procura do rei nascido, é obvio que se dirigissem à capital, onde estava o grande templo. O povo de Israel era o povo de Deus, e sendo eles conselheiros de reis, vieram sem dúvida com uma comitiva diplomática, protegidos por uma escolha militar expressiva. Não sabemos quantos magos eram. A tradição aponta pra três, devido aos três presentes. Tradições mais antigas apontam para mais. Em todo o caso, a comitiva não era pequena. Talvez, com a escolta, cerca de cem a duzentos homens. A entrada em Jerusalém chamou atenção. Eles foram recebidos pelo rei Herodes com toda a dignidade diplomática. E indagaram pelo nascimento do Rei.

3. tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes e, com ele, toda Jerusalém. (v.3) Houve um alvoroço na casa real e em toda a Jerusalém. Interessante! A notícia do nascimento do rei Jesus, que deveria causar grande alegria, como a causou aos magos, causa agitação, nervosismo nos corações dos incrédulos. Isto é assim até hoje.

Herodes chamou os sacerdotes e escribas e indagou deles a respeito do nascimento do rei. Eles, após pesquisarem as Escrituras, disseram que o rei deveria nascer em Belém da Judéia. Herodes informou isso aos magos. E pediu que se informassem bem a respeito e viessem informá-lo, para que pudesse ir e adorar também.

Será que pessoas que vem de outros paises não cristão, chegando a nosso pais cristão recebem informações corretas sobre Jesus e a fé cristã?

4.Vendo eles a estrela, alegraram-se, com grande e intenso júbilo. (v.10) Os magos devem ter saído no outro dia à tardezinha, ao declinar do dia. Eles não se sentiram bem em Jerusalém.

Interessante que saíram sozinhos. Ninguém os acompanhou. Nem os fariseus, nem pessoas de Jerusalém muito menos pessoas do palácio. Impressionante. Isto revela a grande incredulidade e hipocrisia que reinava ali.A cidade, onde estava o grande templo, onde se adorava a Deus dia e noite. Sua liturgia, a leitura dos salmos e das profecias que falavam do Salvador que viria. Mas nos corações havia incredulidade. Os fariseus, conheciam as profecias, tinham um conhecimento intelectual e não criam. O povo em Jerusalém, alvoroçou-se. A notícia de um rei indicava turbulência e não queriam ser perturbados em sua paz terrena, mesmo que submissos aos romanos. Herodes, que embelezou o templo, considerado uma das maiores obras do seu tempo, apesar de sua cortesia, que era vaidade pessoal, temeu por seu trono e logo pensou em eliminar o menino, futuro rei, o dono deste templo. Quanta hipocrisia! Mas os magos, não se deixaram confundir em sua fé.

Seja isso uma lição para nós. Quando vemos tantos e tantos problemas na igreja cristã, doutrinas falsas, divisões, fraquezas, incompreensões, argumentações da ciência contra Deus e sua Palavra a ponto de pensarmos, não adiante. Vou me retirar. Lembremos os Magos.

Em meios as suas dúvidas, decepções e angústias, Deus concedeu lhes um consolo bem especial. Vindo a noite, eis que viram a estrela e se alegraram muito. Podemos compreender.

A estrela que nos guia a nós seguros através de toda a confusão de nosso tempo, é a palavra de Deus. A ela devemos e queremos apegar nos e deixar que ela nos guie, nos fortaleça na fé e nos guie seguros ao lar celestial, nos dias alegres e tristes desta vida.

5. Eles foram a Belém e acharam conforme se lhes havia dito. Entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. (v.11) Maria e José, passado o censo, permaneceram em Belém. Talvez na casa de um parente, ou José tenha alugado uma casa e procurado algum serviço como carpinteiro.

Que surpresa, de repente a visita dos magos. Essa visita deve ter causado um alvoroço também nesta pequena cidade de Belém.

Ali encontraram o tão procurado menino. Confessaram o que sabiam a respeito dele, de que ele era o verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a eternidade e também verdadeiro homem, nascido da virgem Maria, como aqui se via. Senhor do universo e salvador da humanidade. Adoraram o menino. Que culto. Que adoração. Ainda hoje, a verdadeira Igreja Cristã adora. Esta igreja que é invisível, escondida sob a humilhação da cruz. Mas os sinais de sua existência são a Palavra de Deus e os sacramentos. Tão simples, tão sem aparência. Tão contrários à nossa razão. Mas quem os toma pela mão e se apega a elas verá que são o poder de Deus para salvar a todos o que crê. É dever de todos adorá-lo. E adorá-lo também com os irmãos em culto público.

6. Então abriram seus presentes. Ouro, mirra e incenso. Presentes para reis. Expressam a fé que necessariamente produz boas obras. Assim eles promovem a causa do rei. Aquele que é dono de todo universo, recebe os presente de seus adoradores. Ao mesmo tempo, estes presentes são simbólicos. Ouro é para os reis. Jesus é rei. Incenso é para Deus. Jesus é Deus. Mirra é usado para embalsamar os mortos, e indica a morte de Jesus na cruz. Ali ele foi embalsamado com mirra. (Jo 19.39-40) Ao mesmo tempo estes presentes são um amparo a José e Maria para a fuga ao Egito que em breve teriam que enfrentar.

Conclusão. Ainda hoje jubilamos agradecidos por Jesus ter-se revelado e continuar a se revelar a nós em sua Palavra e por vir a nós por seus sacramentos. Em breve ele virá em toda sua glória para julgar vivos e mortos. Fervorosamente suplicamos: Venha o teu reino. Concede-nos teu Santos Espírito para crescermos no conhecimento de tua Palavra nestes dias tão perturbados. Faze-nos crescer na fé. Move nossos corações na adoração e doação. Concede-nos sabedoria para o testemunho pessoal e todo o trabalho missionário. Sim, venha o teu reino. Amém.

Horst R. Kuchenbecker
horstrk@cpovo.net

 

 


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