Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Natal – 25 de dezembro de 2005
Jo 1.1-14 – Lindolfo Pieper
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


EMANUEL

João 1.14: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade. E vimos a sua glória, glória como a do unigênito Pai”.

Um menino havia perdido o seu pai num desastre de automóvel. Ele sentia muita falta do pai e, volta e meia ficava parado diante do retrato do pai na sala, contemplando-o com carinho e saudade.

Aproximava-se o Natal e sua mãe lhe perguntou: “O que você gostaria de receber neste Natal?” O menino chegou perto do retrato do pai e disse, com lágrimas nos olhos: “Gostaria que papai descesse deste quadro e passasse o Natal conosco”.

Este desejo do menino, em proporções bem maiores, Deus cumpriu naquele primeiro Natal. Deus desceu a terra, na pessoa de seu Filho Jesus, para habitar e estar com os homens. O Deus conosco, o Emanuel, veio ficar conosco, trazendo-nos paz, alegria e salvação eterna.

Houve um tempo em que Deus morava com os homens. Foi logo no início, na criação do mundo, antes do homem cair em pecado. Naquela ocasião Deus andava com os homens, conversava com eles e passeava com eles.

Mas com a queda em pecado, Deus deixou de andar e passear com eles. Os homens foram expulsos da presença de Deus. Entretanto, Deus não abandonou os homens. Ele lhes prometeu um Salvador. Este viria ao mundo e voltaria a morar com os homens.

E Deus cumpriu com a sua promessa. Ele lhes enviou o Salvador. Por isso, quando o anjo anunciou a José que a sua esposa Maria teria um filho, também disse qual o nome que ele deveria receber: Emanuel, que quer dizer Deus conosco.

Quando Jesus veio ao mundo naquele primeiro Natal, Deus voltava a habitar entre os homens. Por isso o apóstolo João diz: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade. E vimos a sua glória, glória como a do unigênito Pai”.

Jesus, como o verbo de Deus, viveu 33 anos com os homens. Nesse tempo todo ele conversou com os homens, ensinou os homens e ajudou os homens.

Quando Jesus veio ao mundo, os homens deram pouca importância a ele. Por isso ele nasceu num curral de gado, por isso ele foi rejeitado pelos homens e mais tarde colocado numa cruz, como o grande inimigo dos homens.

Mas Deus lá no céu sabia o que estava fazendo. Por isso, tão logo que ele nasceu, mandou uns anjos anunciar este acontecimento aos pastores que guardavam o seu rebanho nas campinas de Belém. Depois fez mover uma estrela para conduzir os magos do oriente até a manjedoura de Belém. No seu batizado, Deus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. E, quando ele morreu na cruz, Deus fez escurecer a terra para mostrar que Jesus era de fato o seu Filho amado, o Salvador do mundo.

Hoje Jesus não está mais visivelmente entre nós. Ele voltou para os céus. Mas nos deixou a promessa de que estaria conosco com o seu Espírito até o fim dos séculos.

Jesus está conosco hoje através da sua Palavra, através da Santa Ceia e através da sua igreja. Ele está conosco para nos guardar, orientar, proteger e nos salvar de todos os pecados.

Vai haver, entretanto, um dia em que Cristo voltará a estar conosco pessoalmente. Isso vai acontecer no fim dos tempos, quando Cristo voltar para julgar os vivos e os mortos. Então este mundo vai acabar, para dar lugar a um novo mundo, ao novo céu e a nova terra.

Nesta ocasião Deus vai voltar a morar com os homens. Os céus vão se emendar com a terra, para formar um grande paraíso. Não vai mais haver separação entre Deus e os homens. E onde Deus está, ali não há lugar para tristeza, nem luto e nem dor. Estas coisas fazem parte do passado, do mundo contaminado pelo pecado.

Em Apocalipse 21 e 22 nós temos uma descrição como é que será o mundo quando Deus voltar a morar com os homens. O mundo vai se transformar num paraíso, num novo jardim do Éden.

Numa linguagem figurada, o apóstolo descreve o novo céu e a nova terra:

Primeiro como um tabernáculo, onde Deus voltará a habitar com os homens . Diz ele: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens, Deus habitará com eles” (Ap 21.3).

Estas palavras refletem a experiência do povo de Israel pelo deserto, em que o centro de sua vida era o tabernáculo, símbolo da presença divina. Durante o dia Deus se fazia presente numa coluna de nuvem, e durante a noite numa coluna de fogo. Essa presença de Deus fez com que os israelitas, durante quarenta anos, na sua caminhada pelo deserto, não sentissem nenhuma necessidade. Tinham comida em abundância, roupa e proteção contra os inimigos.

Igualmente, no novo céu e na nova terra, Deus estará com o seu povo. E onde Deus está não há lugar para tristeza, nem pranto e nem dor, pois, conforme o salmista, “na presença de Deus há plenitude de alegria” (Sl 16.11).

Depois o apóstolo compara o novo céu com uma grande e bonita cidade, cujas ruas são de ouro e de cristal . Diz ele: “Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus” (Ap 21.1,10).

A nova Jerusalém aparece em contraste com a Babilônia, a ímpia cidade terrena, que já desapareceu. A velha cidade era uma meretriz, consorte da besta; a nova cidade é a noiva, a esposa do Cordeiro. A cidade terrena era a cidade da morte; a cidade celestial é a cidade da vida, onde se encontra o rio da água da vida. Babilônia era a cidade pecaminosa, imperfeita; a nova Jerusalém é a cidade santa, perfeita.

Essa sua perfeição é revelada na descrição que se faz da cidade: uma cidade quadriperfeita, onde a altura, a largura, o comprimento e a profundidade são iguais, cujas ruas são de ouro e de cristal.

E o apóstolo termina descrevendo o céu como um grande e lindo jardim, semelhante ao jardim do Éden . É o paraíso restaurado. Diz ele: “Então eu vi o rio da água da vida, brilhante como o cristal, e no meio da praça, está a árvore da vida” (Ap 22.1,2). É uma referência ao jardim do Éden. No jardim do Éden havia, entre muitas outras árvores, a árvore da vida, como também dois grandes rios. Esse jardim foi corrompido pelo pecado e se perdeu.

Aqui nos é dito que o jardim do Éden será novamente recuperado, que o ser humano voltará a desfrutar novamente das belezas do paraíso perdido, agora totalmente restaurado, inclusive comer da árvore da vida, o que não lhe foi possível quando estava no jardim, pois foi expulso de lá antes que o fizesse.

É claro que todas essas comparações são apenas figuras de linguagem para descrever o que será o novo céu e a nova terra. Na verdade, as palavras humanas não conseguem descrever as belezas do céu, aquilo que Deus preparou para aqueles que o amam.

Ao apóstolo Paulo foi permitido dar uma olhada para dentro do céu. Ele ficou tão maravilhado com a sua beleza, que assim se expressou mais tarde, lembrando-se dessa experiência: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”(1 Co 2.9).

Se alguém quiser saber como realmente é o céu, só há uma maneira: é preciso experimentá-lo, pois palavras humanas não o conseguem descrever.

É por isso que nós celebramos o Natal. É por isso que nós nos alegramos no Natal. É que no Natal Jesus veio morar com os homens, ele veio consertar este mundo, ele veio nos trazer a esperança de um novo mundo, um mundo perfeito e melhor: o novo céu e a nova terra.

No menino Jesus, nascido em Belém, a todos um feliz e abençoado Natal!

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
piperlin@uol.com.br
www.ielb.org.br

 


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