Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Penúltimo Domingo do Ano da Igreja – 13 de novembro de 2005
Série Trienal A – 1 Tessalonicenses 4.13-18 – Oscar M. Zimmermann
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Pensemos Naqueles que Dormem

Você visitando algum cemitério no Dia de Finados? Que pensamentos lhe vieram à cabeça ao lembrar dos queridos que já partiram? - Você chegou a se preocupar com sua própria partida deste mundo? Lembrou em se entregar em fé e dedicação ao Senhor?

Estamos vivendo “os dias finais” e, por assim dizer, chegando à reta final para o que Jesus ensinou com respeito aos últimos dias desse mundo. E percebemos algo que, de repente, nos assusta. O tempo voa. Não há dúvidas que as coisas que estão acontecendo no mundo, guerras, terrorismo, insegurança, imoralidades libertinagens - são dicas de que a coisa é séria. - Mais um Ano da Igreja está se movendo para o seu fechamento. E é nesta época que a igreja volta sua atenção, especificamente, para o “ fim de todas as coisas”, ou seja para o fim desse mundo presente. E ao ouvirmos falar das coisas do fim, também pensamos no “ fim da vida”, nossos pensamentos acabam se voltando para aqueles que já morreram, uma vez que o Dia de Finados, foi incluído de propósito neste período do Ano da Igreja. E neste ano de 2005 - particularmente, nossa Congregação sepultou DUAS PESSOAS. - Isto serve, por conseguinte, como dica a fim de nos prepararmos para a morte como nos preparamos para qualquer outro passo importante da vida. Precisamos pensar, pois, nela e chegar a uma atitude correta diante dela. Isto é: de nossa própria morte e de nossos amados. Em razão disso, pensemos HOJE ... NAQUELES QUE ESTÃO DORMINDO.

A idéia da 2ª Vinda de Cristo havia provocado um problema para alguns irmãos em Tessalônica. Eles esperavam a vinda de Jesus para seu tempo. O que era correto. Mas estavam demasiadamente preocupados com os que morreram antes dessa vinda, e que haviam sido cristãos. Como seria com eles?! Eles não estavam muito seguros, se esses poderiam participar da glória do Dia Final. Paulo, então, escreveu em sua carta um maravilhoso esclarecimento a respeito. Ele lhes diz que haverá uma mesma glória tanto para os que estão mortos como para os que sobreviverão até a 2ª Vinda de Cristo.

I - O Destino do Crente que se foi não é desconhecido”.

“Não queremos, irmãos que sejais ignorantes com respeito aos que dormem” - v 13. Aliás, não é uma questão somente com respeito aos que dormem [ou já morreram] - mas também quanto ao fim, Dia do Juízo Final. E para que ninguém permaneça na ignorância, faz-se urgentemente necessário que se ouça o que a Escritura Sagrada diz a respeito do assunto, caso contrário, não poderá enfrentar a morte e nem o dia do juízo com esperança.

II - Nós Sabemos agora o suficiente para nosso próprio conforto.

Mesmo com todo o esclarecimento podem restar, ainda, algumas perguntas e questões sobre a morte que não tem resposta. Mas nós sabemos o suficiente para satisfazer-nos: “não nos entristecemos como que não possuem esperança” - v. 13. Isto é: os que morrem sem esperança, só podem morrer em tristeza. Frente à morte o mundo pagão e descrente - reagia e reage com desespero, com uma fria desesperança onde não cabe nenhuma alegria.

Veja alguns exemplos: “Uma vez que o homem morrer não há ressurreição” [Esquilo]; Há esperança para os que estão vivos, todavia os que morreram estão sem esperança”- [Teócrito]; Outro disse: “Quando nossa breve luz se extingue há uma noite perpétua na qual deveremos dormir”. [Anônimo]. Epígrafes em túmulos também expressam convicções dessa natureza: “eu não era, cheguei a ser, não sou; não me importa”. Alguém, certa ocasião queria consolar uma família enlutada com as seguintes palavras: “contra isso nada se pode fazer, portanto, consolemo-nos mutuamente”. Para muitos - a única palavra a falar, na hora da morte, é: ‘Para esse caminho vamos todos’. Ante a morte de um pagão não havia e nem há nada que fazer, ou dizer.

Mas Paulo estabelece um outro princípio, muito importante. E nós sabemos qual é. Sob o ponto de vista dele há sim uma esperança. A morte é apenas um dormir. O Novo Testamento usa este termo. E usa outros também. Os crentes em Cristo serão recolhidos e unidos ao seu Pai... “irão partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” - Fp 1.21. Este dormir, pois, na verdade é um “estar acordado”.

E, naturalmente, sabendo que os fiéis partiram e estão com o Senhor, - nós não temos motivos para nos “entristecermos como aqueles que não tem esperança”. Outra coisa: Também sabemos que “esse” dormir - refere-se apenas ao corpo, e que o fiel partiu e VIVE AGORA na presença do Senhor. Por isso diz a Bíblia: “Felizes são os mortos - que desde agora morrem no Senhor” - Ap 14.13.Morrem com FÉ no Senhor. - E, 2º a epístola, todos os que dormem em Cristo serão ressuscitados ao soar da trombeta - Em razão disso confessamos: CREIO... na ressurreição da carne [corpo]. Só por aí já se pode verificar a grande diferença entre os que amam a Deus e crêem e os que rejeitam a Cristo.

III - Quem são os que “Dormem em Jesus”?

São os que conheceram o grande amor de Deus em Cristo; são os que confiam que pela morte Cristo pagou a culpa de todos os seus pecados para torná-los livres do pecado, de Satanás e da condenação eterna. Já desde o Batismo estão absolvidos e foram declarados, apesar das suas transgressões, seus erros e pecados, inocentes e não mais culpados. Esses, sim, participarão do “corpo e do sangue do Senhor”,. Assim Deus os trará juntamente com Cristo no último Dia. - E então haverá o desejo de estar para sempre com Jesus.

IV - Sabemos + 1 coisa: Virá o tempo em que seus corpos também ressuscitarão e viverão de novo

Conforme 1 Co 15.36ss. o sepultamento do corpo é comparado à uma semeadura duma semente, onde a semente primeiro precisa morrer para depois viver, outra vez. E isto não é somente fácil de entender como é algo fantástico de se crer. Portanto a Bíblia fala da ressurreição do corpo como um fato - um fato que não pode ser negado. É negado, sem dúvida, pelos que vivem aqui neste mundo sem fé, e sem esperança - porque afinal, são IGNORANTES a este respeito.

Tudo isto significa que há uma relação entre Jesus e o homem / mulher - o jovem / criança - o vovô / vovó que nele crêem - que o amam; essa relação não pode ser destruída. Ela independe do tempo; ela sobrepassa até a morte. E, porque Jesus viveu, morreu e ressuscitou - também o homem que é UM EM CRISTO viverá, morrerá e RESSUSCITARÁ. Nada na vida, e nada na morte o poderá separar de Cristo.

V - Sabemos- que aqueles que viverem na volta de Jesus - serão transformados.

Não vão para o céu antes daqueles que já morreram. Os vivos, pois, não terão vantagens sobre os que já partiram antes - para obedecerem a seqüência - de tudo cfe. Jesus o preparou:

  • O Senhor descerá, entre as nuvens, acompanhado dos seus anjos;
  • A trombeta do arcanjo soará - para despertar os que dormem;
  • Os mortos ressuscitarão primeiro;
  • Finalmente os que ainda estão vivos serão buscados - “num abrir e fechar de’olhos, ao ressoar da última trombeta. Os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados” - 1 Co 15.22.

VI - Esse conhecimento é a base de nosso consolo- o real conforto ao pensarmos na morte e no Juízo Final.

Portanto nada de tristeza, nada de choro desesperado. Consolai-vos, pois uns aos outros com estas palavras” v. 18. Com base deste conhecimento nós cantamos nosso cântico cristão, cântico de verdadeira esperança. E é exatamente para isto que nos reunimos tb. na casa de Deus - para podermos nos consolar mutuamente, louvando a Deus nosso Senhor - por nos ter tirado do peso e da amargura em que vivem e morrem milhares de pessoas por dia.

E isso tudo nos leva a uma outra reflexão: que o importante mesmo não são os detalhes da VINDA de CRISTO, e sim, o que importa mesmo na VIDA e na MORTE de cada um de nós é estejamos em Cristo, e essa é uma união que ninguém pode romper.

O conhecimento de tudo isto nos capacita a vivermos como se estivéssemos a viver para sempre, todavia, vivendo em constante prontidão para o “ momento da nossa partida”. E um fato: nós não temos nenhuma ansiedade, ou aspiração mórbida - um desejo doentio para deixar este mundo, querendo encurtar nossa vida - porém, uma prontidão que nasce do conhecimento de que através da vitória de Cristo pela morte - nossa morte tem sido feito apenas um dormir.

Conta-nos um pastor da Alemanha: Hoje o sepultamos - Jakob, com seus pés grandes, seu corpo pesadíssimo, suas tatuagens no peito e nos braços - seu jeito rude e grosseiro, boca grande - mas um coração pequeno.

Há alguns anos o chegamos a conhecer, ao se abrir a porta e ele adentrar no Estudo Bíblico. Na semana seguinte o visitei. Sua mobília consistia numa cama, cadeira e mesa. Ele sentou à beira da cama e ofereceu a cadeira. Aí contou-me pouco da sua vida de marinheiro, suas aventuras em portos estrangeiros - das brigas e desordens e nas noitadas. Contou-me da família, a qual tinha vergonha dele.

De vez em quando vinha para nossos estudos e cultos, às vezes não aparecia por meses. Um dia recebi um chamado do hospital. Havia sofrido um enfarte. Ao tomar suas grandes mãos em minhas -lhe vieram lágrimas e ele disse: “Isso aí pode ser o último local de desembarque [desembocadouro]”. Depois numa conversa calma perguntei: “Jacob, se este de fato vai ser teu último lugar de desembarque marítimo, você segue ao porto seguro?”. Ele sacudiu a cabeça. “Minha vida não tem sido assim que possa entrar nesse porto”.

Procurei lhe mostrar claramente que não é nossa vida, senão somente a morte de Cristo Jesus que pode nos garantir a entrada ali. Ele morreu por todos, a fim de que quem reconhecer sua culpa e confia nos seu sacrifício - terão a vida eterna. Pouco antes da sua morte estive mais uma vez diante da sua cama. Com lágrimas nos olhos disse ele: “Está tudo em ordem. O Senhor Jesus tomou conta da minha vida”. Poucos dias depois partiu pa a casa do seu Salvador - em paz. Bem-aventurados, pois são os que desde agora morrem no Senhor” - Ap 14.13. (Trad. Die Gute Saat, Nov / 2005)

Que o Senhor nos conserve em verdadeira fé e esperança, para a vida que jamais vai terminar. E que nesta mesma esperança fiquemos tranqüilos com respeito aos nossos amados e queridos que já se foram e que estão aguardando a chamada de Jesus Cristo para ressuscitarem e viverem com ele para sempre. Amém.

Oscar M. Zimmermann
Dois Irmãos, RS, Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
oscarmz@terra.com.br

 


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