Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

10º Domingo após Pentecostes – 24 de julho de 2005
Série Trienal A – Mt 13.44-52 – Raul Deringer
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


TEMA: Com que se parece o reino dos céus?

Um professor de matemática, ao ensinar seus pequeninos alunos os difíceis conceitos abstratos dos números, procurava, de diversas formas, fazer com que os alunos compreendessem as fórmulas, os teoremas, os conjuntos não somente como uma expressão teórica, como numa simples adição de dois mais dois são quatro, mas que pudessem demonstrar os resultados de cada operação.

Ao perguntar à classe o que lhes parecia ser dois mais dois são quatro, um pequeno respondeu: - Se tenho duas laranjas e duas maçãs tenho apenas quatro frutas. Mas se tenho duas laranjas e duas maçãs de ouro, tenho uma pequena fortuna.

Esta explicação não parece nada científica, mas se tomarmos em conta a relação de valores que o aluno estabeleceu, temos que admitir que o seu raciocínio foi brilhante: duas laranjas e duas maçãs são apenas quatro frutas, mas se estas são de ouro, tornam-se algo desejável e motivo de cobiça.

Um outro professor, o divino mestre Jesus, tenta ensinar aos seus discípulos o precioso tesouro que é o reino dos céus e usa, então, termos de comparação que os discípulos pudessem compreender. Valores que pudessem ser captados pelo seu nível de conhecimento.

Um tesouro, uma mina de ouro ou de diamantes que ainda ninguém tinha encontrado. Algo que os tornasse tão ricos que jamais teriam de se preocupar com o futuro de sua família, nunca mais tivessem diante de suas portas a ameaça da fome e da miséria.

Uma pérola de grande valor, naquele tempo, tornaria seu proprietário uma pessoa importante, influente, uma pessoa distinta na sociedade. Uma pessoa procurada pelos demais homens da cidade para ouvir-lhe os conselhos e orientação.

Uma rede de pesca, utensílio por demais conhecido por toda a população, recolhe peixes bons para a alimentação bem como os que não servem para este fim.

E os discípulos entenderam bem: Um tesouro afastaria para sempre suas preocupações com as necessidades terrenas e se o reino dos céus é semelhante a este tesouro o reino dos céus se torna precioso e algo muito desejável.

Uma pérola de grande valor poderia torná-los pessoas respeitosas e se o reino dos céus é semelhante a esta pérola é claro que desejariam o reino dos céus para serem reconhecidas como pessoas.

Uma rede recolhe peixes de todas as espécies e depois, em lugar adequado, os bons são separados dos maus. E  todos, indistintamente todas as pessoas se consideram boas o suficiente para se acharem merecedoras de serem recolhidas no reino dos céus.

Há, contudo, nestas parábolas, um sentido mais profundo que nem os discípulos nem nós podemos compreender de imediato. Um ensinamento que não podemos alcançar ao ler as parábolas isoladamente, sem conhecermos melhor as Sagradas Escrituras.

Tanto o tesouro como a pérola são objetos distantes economicamente da maioria das pessoas, difíceis de alcançar e só algumas pessoas de muita sorte podem obter. São objetos pelos quais todos nós passamos a vida toda a suspirar: Ah! Se as pudesse ter!

O tesouro, a pérola, o reino dos céus, na verdade está bem próximo, é fácil de se alcançar e todos podem ter.

O tesouro, a pérola é a tua igreja. A Igreja de Jesus Cristo estabelecida sobre a face da terra e a salvação nela oferecida.

Com certeza passa pela nossa cabeça: - Mas só isso? Não tenho que fazer nada de especial? Se é só isso, isso eu já sabia.

Realmente chega a ser decepcionante.

Mas a Igreja chega mesmo a ter este valor?

Sim. O precioso tesouro, a pérola de alto valor é o evangelho, a Boa Nova da salvação que confere graça e justificação sem nenhum merecimento de quem a recebe. Por isso, ao encontrar este tesouro, a pérola de grande valor, o reino dos céus produz alegria que nenhum bem material pode produzir. É o perdão das tuas dívidas que não podes pagar.

Em outra parábola Jesus conta a história de um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. Um deles devia 10..000 talentos. Isto em comparações atuais equivale a 75.000 Kg de ouro. Uma dívida que, nos dias de hoje, somente umas duas ou três pessoas no mundo inteiro poderiam pagar. Mas com referência ao pecado nem uma soma tão grande poderia pagar um único pecado.

O salmista Davi diz:  “Não têm conta os males que me cercam; as minhas iniqüidades me alcançaram, tantas, que me impedem a vista; são mais numerosas que os cabelos da minha cabeça”.

Sim. São tantos os pecados que nós cometemos que não haveria no mundo inteiro dinheiro e bens suficientes para salvar uma única pessoa.

No entanto, na tua igreja, onde se anuncia o precioso evangelho de Jesus Cristo, os teus pecados são perdoados graciosamente. Ainda que te encontres no mais profundo abismo, lugar onde os teus pecados te colocam, e de onde, de forma alguma podes sair e serias desprezado, atormentado, aviltado eternamente, Deus, o  teu Deus ordena à Igreja anunciar livramento eterno.

E agora, com que se parece o reino dos céus para você?

Ainda é uma coisa vulgar que nem merece tanta atenção assim?

Para o Paulo, ao se lhe abrirem os olhos diante da grandiosidade do evangelho, reconhece: “Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor: por amor do qual, perdi todas as cousas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.7,8).

E qual é esta sublimidade? Ele nos responde: “para que os seus corações sejam confortados, vinculados juntamente em amor, e também toda riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o  mistério de Deus, Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl..2.2,3).

Sim, meu irmão e irmã em Cristo. O  reino dos céus está bem próximo de ti. A Igreja é o precioso tesouro, a pérola de alto valor, a porta aberta para todos os que querem entrar no reino dos céus.

Mas a igreja, a tua congregação, enquanto está aqui na terra é administrada por pessoas, falíveis e pecadoras. Por isso mesmo ele é comparada com uma rede. Uma rede que lançada às águas recolhe peixes de todas as espécies. Na igreja visível reúnem-se bons e maus e não cabe a nós separá-los. Isto é tarefa para os anjos no dia do Juízo Final. Para agora o Rei ordena: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes” (Mt.22.9).

Mas é aqui,  na tua igreja, na tua congregação que ouves o evangelho ser anunciado. É aqui que são colocados à disposição o tesouro precioso e a pérola de alto valor. Cabe a ti abrir o teu coração para que o Espírito  Santo opere a fé e sejas contado entre os bons ou permanecer na lista dos maus e ser lançado na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.

Com que se parece o reino dos céus?

Para aquele que se dedica à leitura da palavra de Deus, ouve e guarda os seus ensinamentos num rico depósito, o reino dos céus é como um pai de família que tira deste rico depósito o EVANGELHO da salvação em Jesus Cristo e também a LEI e os ensina a toda a família para que todos sejam salvos.

Receba, meu caro irmão e irmão em Cristo, agora mesmo este precioso tesouro, a pérola de alto valor, o evangelho da graça e do perdão para que no dia da consumação dos séculos o teu nome esteja escrito no livro dos justos e sejas recolhido nos céus  juntamente com todos os que confiaram suas vidas ao Salvador Jesus.. Amém.

Mensagem encaminhada pelo rev. Éder Carlos Wehrholdt - reveder@pop.com.br
Autor: rev. Raul Deringer
84430-000 Imbituva – PR – Brasil
http://www.ielb.org.br

 


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