Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Quarto Domingo após Pentecostes - 12 de junho de 2005
Série Trienal A – Êxodo 19.2-8a – Leonerio Faller

(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Texto: Êxodo 19.2-8: 2.Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do monte. 3. Subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: 4. Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre as asas de águia e vos cheguei a mim. 5. Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade particular dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; 6. vós me sereis por reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7. Veio Moisés, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado. 8. Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o Senhor falou faremos..

Muito estimados irmãos em Cristo. (Mostre à congregação uma aliança) Eu tenho aqui uma aliança. Desde os antigos romanos este objeto representa o acordo feito entre um homem e uma mulher de viverem juntos, terem filhos, adquirem bens.

Porém, a idéia de fazer aliança, fazer acordo entre povos é muito mais antiga. Na antiguidade, quando um povo mais forte vencia um mais fraco, o governante do povo vencedor propunha uma aliança, na qual exigia lealdade do governante vendido e de seu povo e, por outro lado, o governante vencedor se obrigava a dar proteção.

Deus aproveita esta prática conhecida também pelos filhos de Israel e usa a mesma prática com esse povo. No texto de nossa mensagem temos um resumo da ALIANÇA DE DEUS COM SEU POVO feita perto do monte Sinai. Porém, dos capítulos 19 a 24 de Êxodo podemos ver como Deus estabelece com o seu povo um relacionamento particular, tornando extensiva a toda a nação israelita a aliança que fizera com Abraão.

I. Deus lembra seu amor ao povo

a) No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, estes se acamparam no deserto do monte Sinai. Não se tratava de uma região arenosa e árida, mas de uma região de pastagens ainda não ocupada pelo ser humano. Moisés subiu ao monte e lá o Senhor o chamou e disse oferecendo aliança com os israelitas.

No v. 4 o Senhor apresenta-se a si próprio como o libertador de seu povo da escravidão egípcia, como o protetor amoroso de seu povo assim como a águia carrega seus filhotes sobre o corpo, como o Deus que atraiu para si em fé o povo.

b) O mesmo Deus dos israelitas do monte Sinai também nos lembra do seu amor para conosco. Em sua Palavra nos lembra que enviou seu Filho Jesus para nos libertar do pecado, do diabo e da condenação eterna. Lembra-nos também de sua proteção: Não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares (Josué 1.9). Igualmente Deus nos lembra que nos atraiu para si através da Palavra e do Batismo para sermos seus filhos amados. A fé vem pela pregação (Romanos 10.17) e Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tito 3.5).

II. Deus pede lealdade

a) Os filhos de Israel do monte Sinai eram um povo de fé. Pela Palavra de Deus que ouviram no passado através dos antepassados e de Moisés, Deus criara neles a fé salvadora – que dava perdão dos pecados e salvação eterna. A estes então o Senhor pede lealdade, dizendo: se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança... Deus ofereceu ao povo fé, libertação da escravidão e salvação eterna, agora pede que este mesmo povo responda ao seu amor com atenção ao que ele já tinha dito e ainda iria dizer e com obediência à sua vontade. E Deus resumiu sua vontade nos mandamentos escritos em duas tábuas de pedra que entregou a Moisés.

b) Igualmente Deus tem posto em nossos corações a fé, a qual apega-se a obra salvadora realizada por Cristo e recebe tudo o que Cristo conquistou para a humanidade. E a quem já recebeu fé, Deus pode pedir e até exigir lealdade, obediência. E os mesmos dez mandamentos dados aos israelitas valem para nós hoje. Nos três primeiros mandamentos o bondoso Deus pede que sejamos leais a ele amando-o acima de todas as coisas e dando alto valor à sua Palavra e aos Sacramentos do Batismo e da Santa Ceia. Nos outros sete mandamentos Deus pede que amemos ao nosso próximo como a nós mesmos. A vontade delo é que tudo o que fizermos, seja em palavra, seja em ação, façamos em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai, conforme vemos em Colossenses 3.17.

III. Deus oferece recompensa

a) Se os filhos de Israel fossem leais a Deus, seriam recompensados. O Senhor disse: se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos... vós sereis reino de sacerdotes e nação.

Por vontade livre de Deus, não por merecimento dos israelitas, ele daria as seguintes recompensas:

1ª seriam propriedade peculiar dentre todos os povos – A palavra propriedade significa tesouro, algo que pertence particularmente a um rei (por exemplo, 1 Crônicas 29.3). O termo indica tanto valor especial quanto relacionamento especial.

2ª seriam reino de sacerdotes – Esta é a única ocorrência desta expressão no Antigo Testamento. Tal expressão implica na existência de um rei, e este só poderia ser o Senhor. O rei todo-poderoso, libertador, salvador. E este rei queria que os israelitas fossem sacerdotes. Isto é muito significativo quando lembramos que ainda não havia uma classe sacerdotal como veio a existir mais tarde por ordem do próprio Senhor. Os israelitas teriam o privilégio de anunciar as maravilhas realizadas pelo Senhor a quem tivessem oportunidade.

3ª seriam nação santa. Outra tradução possível seria: um povo consagrado a mim. Até então todos os povos existentes tinham o mesmo “status”. Nação santa, um povo escolhido dentre os demais só veio a ser uma realidade com os israelitas e a partir desta aliança de Deus no Sinai. A partir de então os israelitas seriam um povo que prestaria culto ao Deus verdadeiro.

b) No Novo Testamento o apóstolo Pedro, em sua segunda epístola capítulo 2 versículo 9, se refere a todos os cristãos como sacerdócio real, nação santa. Os israelitas perderam este “status” de exclusividade, e com a vinda de Jesus Cristo, o Senhor Deus fez uma nova aliança. Não mais com uma raça humana, e sim com todas as pessoas que, pela ação do Espírito Santo nos corações, depositam fé em Jesus Cristo como o salvador eterno. Pelo que Cristo fez, toda pessoa que nele crê faz parte da igreja cristã que é a propriedade peculiar de Deus, que é reino de sacerdotes e nação santa.

Pergunto: você que confia em Jesus Cristo para sua salvação eterna está ciente desta sua condição dada por Deus? Você está procurando ser um sacerdote orando pela conversão de pessoas, levando a outras pessoas a mensagem da aliança que Deus quer fazer com elas também?

IV. A resposta do povo

a) No versículo 7 lemos: veio Moisés, chamou os anciãos (líderes) do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado. Então, o povo respondeu à uma: Tudo o que o Senhor falou faremos. Que promessa bonita! Esta é a necessária ratificação da aliança pela decisão do povo de cumprir as condições. O povo responde positivamente à aliança de amor da parte de Deus. Os israelitas querem ser fiéis ao Senhor Deus que os libertara da escravidão, que os guardara até agora, e também prometia recompensá-los se fossem leais. Então respondem: Tudo o que o Senhor falou faremos!

b) Desde o nosso batismo o Senhor Deus fez uma aliança conosco: Eu sou o seu Deus e você é o meu povo, ou meu filho ou minha filha. Qual tem sido a nossa resposta? Na confirmação ou na profissão de fé de um modo especial renovamos nossa aliança com Deus? Deus tem sido fiel. E nós? Temos conseguido ser fiéis à aliança? É evidente que não! Muitas vezes dissemos como os israelitas: Tudo o que o Senhor falou faremos. Porém, logo depois de cada promessa de novo falhamos, fomos infiéis, pecamos contra a aliança de amor de Deus. Seria bem justo da parte de Deus ele não querer mais estar em aliança conosco. Mas Deus vem ao nosso encontro e continua querendo estar em aliança. Porém, devido à nossa freqüente infidelidade a ele, é necessário renovarmos a nossa aliança com Deus a cada dia ou a cada momento que nossa consciência nos acusar de termos quebrado a mesma. E esta renovação diária se dá através do arrependimento: reconhecimento dos pecados, fé em Jesus Cristo e o sincero desejo de ser fiel com a força oferecida pelo Espírito Santo.

Há um cântico que diz assim: “Jesus é a aliança entre você e Deus. Jesus é a aliança entre você e eu”. Esta é uma grande verdade: Jesus Cristo é o elo que sempre de novo une o pecador arrependido ao Pai celeste, como também une os cristãos entre si como irmãos na fé.

No poder do Espírito Santo, renovemos agora e em cada dia nossa aliança com o Deus fiel: reconhecendo nossa desobediência, firmando nossa fé em Jesus Cristo e nos esforçando em ser fiéis. E ao recebermos a Santa Ceia temos a confirmação de Deus estar em aliança conosco. Na fidelidade do Pai de amor encontraremos forças para permanecermos em aliança com ele até chegarmos na presença visível dele no céu. Amém.

Leonerio Faller
Rio de Janeiro - Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
leoneriofaller@yahoo.com.br

 


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