Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Domingo Laetare, 06 de março de 2005
Isaías 66:10-14, Horst R. Kuchenbecker
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; exultai com ela, todos os que por ela pranteastes, para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis e vos deleiteis com a abundância da sua glória. Porque assim diz o SENHOR: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações, como uma torrente que transborda; então, mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão. Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados. Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra; então, o poder do SENHOR será notório aos seus servos, e ele se indignará contra os seus inimigos. (Isaías 66:10-14 RA)

Mensagem: Jerusalém é a cidade das religiões. Hoje também um grande centro turístico. Temos pessoas em nossa Comunidade que já visitaram Jerusalém. A expressão que ouvidos dos turistas muitas vezes é: “Gostei muito de Jerusalém.”

Jerusalém. Ali se desenrolaram os grandes feitos do amor de Deus, efetuados por reis, profetas e por último por seu unigênito Filho, Jesus Cristo. Jerusalém é também usado na Bíblia como símbolo da Jerusalém celestial. O nome aparece mais de 800 vezes na Bíblia.

Nosso texto é um dos mais consoladores do profeta Isaías. Ele viveu 740 anos antes de Cristo, viveu num tempo de degradação do povo de Israel. Ele teve que chamá-los ao arrependimento e caso não lhe dessem ouvidos, anunciar-lhes o castigo de Deus, o cativeiro babilônico, que veio sobre Israel no ano de 587, isto é, 150 anos após a advertência do profeta. Para consolo, Isaías já anuncia, aos sobreviventes da catástrofe, a grande obra da salvação, a esperança de Israel, que Deus realizará em Jerusalém. Como símbolo de capital espiritual, Jerusalém é fonte de: 1) Sustento, 2) Paz, 3) Consolo e 4) Alegria.

I – O Texto. Vamos situar nos no texto. Em meio à grande decadência e juízo, Deus anuncia a salvação. O profeta vê o tempo de Jesus. Deus libertará seu povo do cativeiro babilônico. Voltarão e reerguerão o templo. Instituirão as cerimônias. Muitos, no entanto, mesmo no mais rigoroso cumprimento das leis cerimoniais no templo, não o farão no verdadeiro temor de Deus, conseqüentemente sem verdadeira fé. Um povo, novamente maduro para juízo. Como esta visão da história futura de Israel deve ter afetado o profeta.

De repente “Ouve-se voz de grande tumulto”. (v.6) Castigo e graça lado a lado. Deus realiza a salvação. Os zombadores, deste culto falso, das cerimônias e obras, serão castigados, Jesus expulsa os vendedores no templo, e Deus realiza a salvação. Nasce, pela obra redentora de Cristo, a Igreja do Novo Testamento. É tempo de júbilo, por este nascimento. Maravilhosa salvação, libertação maior do que a libertação do Egito ou do cativeiro babilônico. Deus salva seu povo e ordena: Ide fazei discípulos de todas as nações... (Mt 28.19). Da Jerusalém espiritual fluem as brandes bênçãos divinas para a humanidade: júbilo, paz, consolo e alegria.

II – As bênçãos que fluem de Jerusalém . Regozijai-vos juntamente com Jerusalém, e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; exultai com ela, todos os que por ela pranteastes. – Para descrever a felicidade, a alegria, o júbilo dos fiéis, os dons e bens da nova Jerusalém, da Igreja Cristã, para descrevê-los, o profeta usa quadros consoladores da vida.

2.1 – Sustento. - Para que mameis, e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis, e vos deleiteis com a abundância da sua glória. (v.11) – Como uma mãe amamenta seu filho e este tem alimento em abundância, assim Deus alimentará seu povo. Que alimento é esse? É o consolo de sua graça, seu perdão, de onde fluem todos os demais dons que Deus concede a sua Igreja.

A Escritura fala deste alimento do rebanho. Deus ordenou a Pedro: Apascenta as minhas ovelhas. (Jo 21,15,17) Todo este alimento temos em Palavra e sacramentos, que Deus nos dá em grande abundância. Temos a Bíblia, Catecismos, Hinário, com seus hinos doutrinários e de consolações, as Confissões, devocionários, livros com estudos bíblicos. Sugai!“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará.” (Jo 6.27)Leva-me para junto das águas de descanso, refrigera a minha alma. (Sl 23.3) Estamos aproveitando tudo isso?

2.2 Paz. - Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações como uma torrente que transborda. (v.12) Atualmente, por mais Shalom, Paz escrito em Jerusalém e em todo o mundo, não há paz. Mas a Igreja Cristã tem a verdadeira paz. Esta paz flui do perdão dos pecados, que Cristo nos conquistou por sua morte na cruz, sua vitória sobre nossos inimigos pela gloriosa ressurreição e subida aos céus, de onde governa com perdão a sua Igreja.

Esta mensagem de paz, afirma o profeta, vem sobre nós como as águas de um rio cheio que inunda tudo. Lutero afirma com razão: “Deus encheu sua Igreja de perdão e paz, por todos os cantos.” A palavra “paz” é usada muito no AT e NT. Jesus disse a seus discípulos: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (Jo 14.27) O salmista afirma: Grande paz tem os que amam a tua lei (a Palavra, no qual se encontra o Evangelho); para eles não há tropeço (Sl 119.165) E aos setenta que Jesus enviou para uma missão especial, ordenou, ao entrardes numa casa anunciai-lhes: Paz seja nesta casa. (Lc 10.5) A consciência que foi despertada pela lei de Deus, só encontrará paz na mensagem do perdão, pela graça de Cristo, nenhuma outra força poderá acalmá-la. Em nosso Catecismo lemos: Deus nos perdoa abundante e diariamente os nossos pecados. E o que confia nestas palavras tem o que elas oferecem, dão e selam: perdão, vida e eterna salvação.

2.3 Consolo. - Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados.(v.13) A paz de que nossos pecados foram perdoados, nos dá verdadeiro consolo, um consolo profundo que subsiste em meio a todos os problemas desta vida e diante dos mais cruéis problemas. Quando doenças, dores, perseguição, pobreza se abatem sobre nós; quando surgirem no coração perguntas: Por que a mim? Será que Deus me ama, consolados responderemos como o apóstolo Paulo: Quem nos separará do amor de Cristo? (Isto é, o que nos levará a duvidar do amor de Cristo a nós?), e respondemos: Porque estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem podres, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá aparar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor. (Rm 8.35-39) Ou como diz o salmista: Ainda que eu ande no vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. (Sl 23.4) Ele não nos abandonará. Até a vossa velhice eu serei o mesmo e ainda até as cãs eu vos carregarei; já o tenho feito. Levar-vos-ei pois, carregar-vos-ei e vos salvarei. (Is 64.4). Na Igreja que proclama o evangelho em sua clareza e pureza é o único lugar onde encontramos verdadeiro consolo e esperança. Vamos entender bem. O consolo não consiste em que Deus nos livre de todos os males nesta terra. Aqui, na Igreja militante, estamos em luta e sob a cruz. Nestas aflições Deus consola seus fiéis, ampara a ponto de podermos dizer com o apóstolo Paulo: Todas as coisas cooperam para o bem dos que temem e amam a Deus. (Rm 8)

2.4 Alegria. - Vós o vereis e o vosso coração se regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra; então o poder do Senhor será notório aos seus servos, e ele se indignará contra os seu inimigos. (v.14) A segurança do texto produz nos fiéis grande alegria e regozijo. A palavra “regozijar-vos-eis” é usada muitas vezes na Bíblia. Alegrem-se por vossos nome estarem inscritos no livro da vida (Lc 10.20) O eunuco da Etiópia é um exemplo disse. Depois de batizado, conhecendo o seu Salvador seguiu alegre o seu caminho. (At 8) Cristãos mesmo derramando lágrimas, estão consolados, alegres e esperançosos do novo céu e da nova terra. Confessam alegres: “Creio na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.”

Ao mesmo tempo o texto fala do juízo sobre todos os que rejeitam este amor de Deus revelado em Cristo. Que Deus nos guarde da incredulidade e nos fortaleça na fé. Nós de nossa parte queremos apegar-nos à sua palavra, ler, ouvir, estudar, movê-la no coração, viver e proclamá-la às nações, como o profeta Isaías o fez e muitos fiéis até o dia da vinda de Cristo. Amém

Horst R. Kuchenbecker
pastor na Comunidade Evangélica Luterana Cristo, Porto Alegre, RS, Brasil horstrk@cpovo.net


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