Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Segundo Domingo na Quaresma (Reminiscere) - 20 de Fevereiro de 2005
Trienal A – João 4.5-42, José Aragão
(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Ao pedir água (V. 7), Jesus se coloca no mesmo patamar da mulher. Seu pedido a fez ouvir um pouco mais do que Ele tinha a dizer. Ela sentiu a franqueza e o seu interesse altruísta. Seu interesse foi mais despertado pela afirmação: “Se conheceras o dom de Deus... (V.10)”. Tocada, deixa o preconceito e considera a afirmação de Cristo (V. 12). A seguir Cristo fala da promessa apelando para sua consciente necessidade (V. 14). A mulher procurou mostrar-se satisfeita com sua vida. Desconcertada em sua pesquisa na Lei de Deus e dos homens, mas com sede, calou-se.

Em todo o seu coração havia sede, um sentimento de carência que Jesus promete satisfazer (V. 13-15). Então vem a ordem, apelando à consciência (V. 16). Não importa como uma pessoa admita ou concorde com a afirmação ou apelo de Jesus, pois jamais encontrará tranqüilidade até que aquilo que está ruim em sua vida for corrigido ou tornado correto. Quando se trata de uma pessoa admitir a afirmação de Jesus, é preciso saber que ela nem tem outra opção.Jesus toca no ponto dolorido da vida da mulher, cuja resposta foi uma meia-verdade. Jesus segue revelando toda a sua vida (V.17,18). Com tal percepção, ela o chama de profeta (V. 19). Jesus também tinha apelado para o seu instinto religioso, adormecido, mas não estava morto ainda.

Entretanto, o conceito de religioso da mulher era somente como forma e cerimônia, e imaginava que o erro estava no lugar correto para o culto (V. 20). Jesus lhe informa (V. 21-25) que o problema não era o lugar do culto, mas a essência. Ela nunca tinha adorado no todo. Ao contrário de Maria, mãe de Jesus, que se “entregou” de corpo e alma à Vontade de Deus Salvador e respondeu: ... Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra(Lc 1.38).

Já que Deus é Espírito, o verdadeiro culto não é uma questão de lugar, mas uma realidade espiritual. De fato, Jerusalém foi divinamente apontada como o local de culto por causa da promessa de salvação através dos judeus. Mas veio o tempo onde não na nenhuma restrição local ao culto. Os verdadeiros adoradores não estariam relacionados com locais e símbolos. Em sua resposta, a mulher sugere a necessidade de um mediador para dar o conhecimento pleno de Deus. Agora ela estava pronta para ouvir a Palavra (V. 26). Ela creu? Bom, ela não deu nenhuma resposta verbal, apenas suas ações (V. 28), que eram mais eloqüentes do que a fala.

Jesus nos dirige até a Salvação (dom, presente de Deus)

Introdução: Embora os judeus evitassem Samaria, Jesus não! Ele sentou-se para descansar, mas esqueceu seu cansaço quando teve a oportunidade de apresentar-se a uma alma adormecida o Dom de Deus. Jesus que sofreu cansaço e sede por nós, vem até nós e argumenta: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (V. 20). Ele vem a nós novamente hoje e oferece o Dom de Deus, seu próprio ser, para conhecermos e aproveitarmos.

I. Jesus nos torna conscientes da nossa necessidade Dele...

A. Lembrando que “poços terrenos” não podem saciar nossa sede espiritual

1. Somos como a Samaritana, temos poços (Poço de Jacó) de cujas águas nos gabamos (V. 12) – Dinheiro, sucesso, posses, ambições...

2. Há momentos em que ansiamos por algo mais do que as águas destes miseráveis poços (V.15), às vezes até contaminados.

B. Apontando seu dedo sobre o pecado como a causa de nossa sede (V. 16)

1. Jesus condena como pecado as ações que queremos justificar.

2. Nós não podemos esconder de Deus ou apagar esses pecados. Ele conhecia o coração da mulher samaritana. Conhece também o nosso! Se temos necessidade de esconder algo que fazemos, significa que isso não é bom e não agrada a Deus. Não há censura. Nosso coração e segredos estão abertos diante de Deus. Assim como Cristo fez com a samaritana, ele também tocará em nosso ponto dolorido.

3. Aquilo que é ruim em nossa vida deve ser corrigido para termos realização e tranqüilidade. Coisas em nossa vida, mal resolvidas, sempre voltarão a incomodar demandando resolução clara e definitiva. Não se iluda, criar uma máscara e dizer para si mesmo que está tudo bem é um engano.

4. Jesus estimula em nós um desejo pelo dom da salvação que ele nos oferece (V.14). Tal estímulo nos ajuda a corrigir isso e ter a satisfação e realização plena, começando pelo perdão dos nossos pecados.

Jesus nos encaminha para conhecermos o dom de Deus. Antes, Ele nos traz uma consciência da nossa necessidade desse dom, de depender Dele, de nos colocar nas mãos Dele e deixar que ele nos conduza para a satisfação e realização plenas.

II. Jesus nos Mostra onde encontrar tudo isso...

A. Na igreja verdadeira

1. Podemos ficar desconcertados sobre qual igreja é a certa (V.20) quando formos discutir esse assunto com a cultura do olho como os antigos gregos e os fariseus faziam.

2. A igreja verdadeira é aquela em que a Palavra de Deus é ensinada - esta aponta e revela Cristo e sua salvação - e os sacramentos são administrados conforme a vontade de Deus. Aí encontramos o Dom de Deus (V. 22) – a revelação.

  1. Que desobscurece nossas mentes, nossas certezas terrenas e nos abre para uma nova realidade, a saber, sabedoria da salvação que vem de Deus através de Cristo e seu Evangelho sem dignidade alguma de nossa parte.
  2. A igreja falsa é a das obras, do eu posso, do eu conquistei, que formata as pessoas. Quem não se encontra nesse nível de quem crê nisso, acaba recebendo tiros em suas feridas, aumentando ainda mais seus ferimentos. Ela muda comportamento pelo medo e terror, mas não transforma coração. Ela atira em seus próprios feridos para esconder seus próprios pecados e se sentir bem com Deus, confundindo desta forma Cristo e seu evangelho. Isto não é ima igreja que tem um Deus que quer levar a culpa dos pecados e cravá-los na cruz. Ao contrário, é uma igreja de um Deus assassino e sem identidade!
  3. A igreja é a comunhão dos santos, que crê na remissão dos pecados e compartilha o perdão e a compaixão Jesus. E quem freqüenta essa igreja, tem a doce sensação de que seus pecados foram tirados e neste evidencia-se a alegria e ações mais eloqüentes do que palavras. Um coração que foi transformado pela pregação do evangelho da graça não pode fazer outra coisa senão expressar sua gratidão em amor e obras.

B. Entre os verdadeiros adoradores

1. Entre os que não estão presos a qualquer lugar ou ritual em particular. Por causa da salvação por graça e obra de Cristo, a igreja não necessita apresentar obrigatoriamente essa ou aquela estética humana a fim de que o crente em Cristo mostre-se alinhado com a vontade de Deus ou convicto da salvação. Isto oculta Cristo. A salvação não depende e nem necessita disso.

2. Entre os que adoram o verdadeiro Deus em Espírito e verdade (V. 23). O que vem a ser isso?

  1. Deus não está atado a qualquer grupo externo ou construção
  2. Organizações eclesiásticas podem deixar de existir, mas os verdadeiros adoradores, que compõem a igreja verdadeira de Deus, sempre continuarão. Nem as portas do inferno prevalecerão contra ela, diz Jesus.

C. No próprio salvador

1. Jesus revela-se a nós (V. 26) na palavra e sacramentos. Não há mais nada a ser dito e nem acrescentado. Aqui o homem deve calar e deixar Cristo falar. Jesus não promulga novas leis a samaritanas, apenas faz constatação em sua vida e dá-se a conhecer. Jesus não se apresenta na Escritura como um moralista, apenas evidencia os pontos doloridos em nossa vida e atrai-nos para Si. Ele busca pecadores perdidos, condenados e que estão com sede e com vidas vazias.

2. Nós podemos tê-lo agora, assim como estamos ou somos, em nossa sede e vazio. O pecador não precisa mudar sua conduta. A única pessoa que pode transformá-lo é Jesus e, ele o fará, desde que o pecador creia ou se aproprie do que Cristo conquistou para ele.

3. Jesus é o presente de Deus que satisfaz, que realiza todo o necessário, que apaga tudo aquilo que pesa e incomoda, bem diferente da cultura hedonista e legalista de nosso tempo à qual tantos se apegam para se sentir amados por Deus (V. 28-29)

Conclusão: Se em seu coração há sede, um sentimento de carência e vazio, cabe aqui a pergunta: Você conhece o dom ou presente de Deus? Jesus lhe diz: “Eu que falo com você, sou o dom, o presente de Deus para você”. Confie a sua vida a Jesus e então poderá confessar com paz no coração:

Diz Jesus, o Redentor: Quem tem sede, venha a Mim.
Água viva em seu frescor lhe darei do céu, sem fim.
Desta fonte então provei Água em todo o seu dulçor.
Do pecado assim sarei, Vivo agora no Senhor. (HL 286 # 3)

José Aragão – Brasília – DF – Brasil
Evangélica Luterana do Brasil
jaragaosil@ig.com.br

 


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