“Ele me invocará, e eu lhe responderei;
na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.”

Diz a psicologia que uma pessoa passa pela sua primeira angústia ao ser nascida. Entre o ventre materno e a luz do dia há menos ou mais demorado aperto. Sendo bons os cuidados de mãe e pai a partir do nascimento da criança, ela poderá desenvolver-se bem.

A mãe passa, ainda mais, por esse momento de aflição máxima, sentida no grande trabalho e nas dores do parto, na angústia de talvez ela e/ou a criança não resistir – até que nasça o novo ser humano e a grande alegria faça esquecer toda a aflição!

Todas as pessoas passam por angústias. Exteriormente, as razões são diversas. Interiormente, porém, há uma única razão primeira e última para angústias, também para aquela derradeira!

Quem lê ou ouve o Salmo 91, versículo 15, pensa primeiro em si. Isso não está de todo errado.

Até Jesus, e especialmente Ele, quando sofreu aquela tentação do diabo no deserto, também pensou primeiro – em mim! Pensou primeiro – em ti! Pensou primeiro – em toda a humanidade!

Mas, em todo o sofrimento por que passou durante toda a Sua vida neste mundo, Jesus não somente pensou em todos nós, mas agiu por nós, suportou todos os males por nós, padeceu por nós, foi escarnecido por nós, odiado por nós, atirado às calamidades infernais por nós, morto por nós. Em cumprimento aos dez mandamentos e em punição pelo descumprimento total dos mesmos por nós nos mínimos detalhes, Jesus foi castigado por Deus e assassinado por nós, que por natureza não temos desejo algum de fazer a vontade de Deus e nem somos capazes de cumpri-la...

Se nos observarmos, como reagimos quando a Lei de Deus nos é dita, havemos de confessar que assim é: por natureza somos inimigos de Deus, mortos em pecados, odiando viver segundo a vontade de Deus! E Deus, que quer salvar todas as pessoas, não pode recebê-las em Seu Reino Santo enquanto o desprezam e odeiam!

Os brados de Jesus por socorro divino não foram uma única vez sequer em causa própria. Quando Ele, por fim, na cruz da maldição, exclamou “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” - fê-lo por nós!

Nós que merecemos sermos desamparados, aliás, nem termos nascido primeiro à luz do mundo, mas termos na concepção sido atirados ao inferno, pois por nós mesmos não temos força nem mérito para sairmos da maldade inata, do pecado herdado – nós , sim, nós e exclusivamente nós somos a razão de Deus Pai ter feito o Seu Santo Unigênito Filho passar pelas angústias as mais terríveis, as quais para nós teriam significado permanecer no reino das trevas para de lá nunca mais escaparmos.

Percebemos o que Deus sente por nós para agir assim?

O Santo de Deus foi atirado em nosso lugar nessa passagem estreitíssima – a fim de que nós vivamos na amplidão do Reino Celestial, onde não mais haverá angústia, aflição, aperto, nem medo, nem mesmo a mínima sombra de dúvida ou qualquer coisa que possa desagradar a Deus e por isso atormentar-nos.

Assim o Deus Todo Poderoso e Amoroso, Todo Gracioso e Misericordioso afirmou primeiro em relação ao Seu Filho: “Ele me invocará, e Eu Lhe responderei”.

Mas com que o Pai respondeu ao Seu Filho extremamente angustiado? Com as Palavras pronunciadas pelo próprio Filho ainda pregado à infame cruz: “Está consumado”! O trabalho em que estava em jogo a salvação da humanidade – está perfeito! O objetivo foi plenamente alcançado e cumprido na íntegra!

Mostra-nos isso que o Filho em Seu coração, ali naquele preciso momento, já pôde ver o resultado da Sua vinda ao mundo, do Seu sacrifício perfeito:

Agora os pecadores, dos quais Ele se tornou irmão, não mais precisam ser condenados a passarem pela angústia derradeira, a desesperar na morte física por causa da morte eterna:

Os que confiam em Jesus têm passagem livre, são herdeiros da bem-aventurança eterna.

A grande e absoluta vitória sobre pecado e inferno foi coroada e confirmada com a ressurreição vitoriosa e gloriosa de Jesus dentre os mortos. Assim o Pai respondeu ao Filho, que Lhe clamara em angústia extrema. Somente com isso está explicada de maneira excelente a afirmação do Senhor em relação ao Seu Filho:

“Ele me invocará, e Eu Lhe responderei; na Sua angústia Eu estarei com Ele, livrá-Lo-ei e O glorificarei”.

Tendo Jesus padecido, nas angústias todas, em nosso lugar, o Pai Lhe respondeu com palavras válidas para nós.

Quando agora tu e eu e quantos forem invocam o Senhor – em nome de Jesus! – Ele vê o Seu Filho como Mediador, como nosso Substituto, que tudo realizou para podermos aproximar-nos livremente e com plena confiança do Santo Deus. As nossas súplicas são ouvidas e atendidas por causa da obra realizada por Jesus. Ele tirou o empecilho que nos separava de Deus.

Pois antes de conhecermos Jesus precisávamos temer o pior: a condenação eterna. E nem existia opção.

Mas agora apega-te de todo o teu coração a Jesus, confia Nele como o teu Advogado e fiel Representante perante Deus:

Invoca o Senhor – em nome de Jesus, pois Jesus é o teu Fiador. Ele assumiu e pagou toda a tua culpa, herdada e praticada. Agora esconde-te Nele, vive “em Cristo”, e viverás na certeza absoluta de que Deus te responde. Responde, como Pai amoroso, a ti, Seu querido filho.

Na tua angústia, que sempre está relacionada com o pecado, se confiares em Jesus, o Pai celeste estará contigo, te declarará que te perdoa e te acolhe, sim, que já te acolheu. Venha o que vier até que sejas chamado desta vida perecível, confiando em Jesus, tenhas a certeza plena de que o Seu Pai e o teu Pai, o próprio Deus Pai e Filho e Espírito Santo te livrará e te fará participante em Sua glória eterna.

No entanto, Jesus realizou a Sua obra da salvação para todos os pecadores. Vê ao teu redor e perceberás logo que estás circundado de pessoas sem esperança e sem Deus neste mundo. Pessoas a caminho da mais terrível de todas as angústias, ou seja: viver e morrer sem perdão dos pecados a assim cair nas mãos do Deus vivo!

Cresça em ti o amor de Deus por estas pessoas, sejam elas teus familiares, vizinhos, parentes mais próximos, colegas de colégio ou trabalho, chefes ou mestres, governados ou governantes, amigos e inimigos. Pois a todos estes Deus quer oferecer a salvação eterna – como a ofereceu ou agora acaba de oferecer a ti por meio desta mensagem.

Ora comigo:
Ó Senhor Deus, amado Pai celestial!

Tu nos encorajas a sermos ousados e nos dirigirmos confiantes a Ti. Dizes a cada um de nós: “Invoca-me na angústia. Eu te livrarei, e tu me glorificarás”!

Graças Te damos por teres aceito a preciosíssima obra do Teu Filho coroando-o com a ressurreição vitoriosa e a Sua gloriosa ascensão ao Teu Trono.

Agora temos o Grande Sumo Sacerdote. Ele se sacrificou por nós. Ele vive eternamente. Ele intercede por nós e roga por nós. E não temos outro Mediador que possa nos ajudar diante de Ti. Por isso, dirigimo-nos humildemente a Ti:

Aceita, rogamos-Te, também as nossas súplicas, em nome do Teu Filho Jesus, o qual se sacrificou por nós, assumindo em Si as nossas angústias, suportando-as todas e pagando por causa delas o alto preço de morte e condenação – vencendo e derrotando o Teu e nosso inimigo!

Louvamos-Te, por intermédio de Jesus, o nosso Salvador e Mediador, Mestre e Senhor.

Enche-nos do Teu Espírito Santo, para que, seguindo as pegadas do Teu Filho, também sejamos sacrifício vivo e agradável a Ti.

Que demos glórias em tudo somente a Ti.

Que proclamemos a Tua Santa Palavra para despertar muitos do sono mortífero do pecado. Que lhes anunciemos então a Palavra da Vida conquistada pelo Teu Filho para todos, bastando que, para a terem, tão somente confiem Nele.

Conduze-nos todos na obediência da fé em nossa jornada neste mundo.

Ressuscita-nos no Dia derradeiro e concede-nos a felicidade plena de estarmos contigo no Reino da Tua glória eterna.

Por amor do Teu Santo Nome! Amém.

Pastor Adolpho Schimidt
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Brasília – DF – Brasil
adolphoschimidt2003@yahoo.com.br
adolphoschimidt@hotmail.com