Göttinger Predigten im Internet
hg. von U. Nembach

Dia de Natal – 25 de Dezembro de 2004
Série Trienal A – Lucas 2. 1-20 - Nilo Figur

(Sermões atuais: www.predigten.uni-goettingen.de)


Texto Bíblico: Lucas 2:1-20

1
Naquele tempo o imperador Augusto mandou uma ordem para todos os povos do Império. Todas as pessoas deviam se registrar a fim de ser feita uma contagem da população. 2 Quando foi feito esse primeiro recenseamento, Cirênio era governador da Síria. 3 Então todos foram se registrar, cada um na sua própria cidade. 4 Por isso José foi de Nazaré, na Galiléia, para a região da Judéia, a uma cidade chamada Belém, onde tinha nascido o rei Davi. José foi registrar-se lá porque era descendente de Davi. 5 Levou consigo Maria, com quem tinha casamento contratado. Ela estava grávida, 6 e aconteceu que, enquanto se achavam em Belém, chegou o tempo de a criança nascer. 7 Então Maria deu à luz o seu primeiro filho. Enrolou o menino em panos e o deitou numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na pensão.

8
Naquela região havia pastores que estavam passando a noite nos campos, tomando conta dos rebanhos de ovelhas. 9 Então um anjo do Senhor apareceu, e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores. Eles ficaram com muito medo, 10 mas o anjo disse: - Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! 11 Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês - o Messias, o Senhor! 12 Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura. 13 No mesmo instante apareceu junto com o anjo uma multidão de outros anjos, como se fosse um exército celestial. Eles cantavam hinos de louvor a Deus, dizendo: 14 Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! 15 Quando os anjos voltaram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: - Vamos até Belém para ver o que aconteceu; vamos ver aquilo que o Senhor nos contou. 16 Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. 17 Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. 18 Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados. 19 Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. 20 Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto. E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado.

Glória a Deus nas maiores alturas do céu!
E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem!

Paz é um anseio, um desejo dos mais buscados no mundo de hoje. Por certo este tenha sido um anseio sempre presente no coração das pessoas através dos séculos, mas hoje, mais do que nunca, certamente é o que mais falta faz no mundo. Há uma enorme carência de paz na vida das pessoas, nos seus relacionamentos afetivos, nas relações de trabalho e nas relações sociais em geral. E o que dizer das relações entre os povos, de grupos étnicos que se digladiam e exterminam entre sí, passando por grandes potências em guerra por suas ideologias e interêsses econômicos? Se há uma busca tão intensa pela paz, por que há tanta violência e tantas guerras?

A mensagem trazida pelos anjos aos pastores nos campos de Belém é a única que pode trazer paz ao coração humano e por consequência às relações afetivas, sociais e políticas entre as pessoas. A história tem provado que todas as ideologias políticas não tem trazido a desejada e proclamada paz entre os povos, mas tem esbarrado na condição da natureza humana pecaminosa, que de acordo com o apóstolo Paulo se manifesta nas obras da carne. “As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações indecentes, a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões, as invejas, as bebedeiras, as farras e outras coisas parecidas com essas” (Gálatas 5.19-21).

Que tipo de paz deram ao mundo e particularmante aos seus povos o Imério Romano, o nazismo de Hitler, o comunismo de Lenin, de Mao, de Fidel, e o capitalismo liderado pelos Estados Unidos, que para impor suas ideologias e interêsses econômicos mataram milhões de pessoas e deixaram como resultado um mundo em contínua guerra? Este é o mundo real, o mundo que mostra a triste realidade e a consequência do pecado original. Este é o mundo que não vai ter paz motivada por protestos, passeatas, ou campanhas de governos, da ONU ou de ONGs.

Não foi sem razão que a mensagem dos anjos, na noite de Natal, foi trazida aos singelos pastores de ovelhas, nos campos de Belém, ao invés de ser levada pomposamente aos palácios de reis e governadores. Que contraste impressionante o da glória de Deus brilhando na escuridão dos campos e enchendo os corações dos humildes guardadores de rebanhos com temor inicial e depois com uma alegria incontrolável, que os levou ao menino Jesus. O temor era por estarem na presença da glória de Deus, que naquele momento não se manifestava com juizo, mas com a mensagem do Evangelho – a boa-nova de grande alegria, que não se destinava apenas aos vigilantes pastores, mas para todo o povo.

Esta mensagem foi e continua sendo a razão fundamental da existência e da ação da igreja cristã através dos séculos. Somente esta mensagem pode trazer paz ao coração humano e por consequência à vida daqueles que conhecem esta paz e a tem por meio da fé em Cristo, aquele mesmo anunciado pelo anjo aos pastores: “Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês - o Messias, o Senhor!” A mensagem de paz que pode mudar as relações humanas e sociais não é institucional, ideológica, política - é pessoal operada pelo poder do Espirito Santo – “paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem!”

Deus continua vindo “aos campos de Belém” do mundo com a mesma mensagem de paz neste Natal e por todos os dias do novo ano que se aproxima. O amor de Deus manifestado em Jesus tornou possível aquilo que era e que continua sendo impossível ao ser humano, a nós pecadores: a salvação eterna. O mistério da salvação e do amor de Deus manifestado em Jesus na manjedoura, na cruz do Calvário e no túmulo vazio da manhã da Páscoa é o fundamento da fé cristã, que permaneceu intocável diante de reinos e ideologias que surgiram e desapareceram ao longo da história. O cerne da mensagem de paz anuncida pelos anjos é a paz com Deus que só Jesus pode restabelecer em nossas vidas. Paulo escreve aos efésios: “Mas agora, unidos com Cristo Jesus, vocês, que estavam longe de Deus, foram trazidos para perto dele pela morte de Cristo na cruz” (2.13). E aos romanos diz, “agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” (5.1).

Em meio a tanta violência, hipocrisia, ódio, guerra e falta de paz, é tempo de escutar Jesus: “Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo” (João 14.27). Aflição e medo sem dúvida estão bem presentes no mundo hoje. Independentemente da condição social, econômica ou geográfica, as pessoas estão hoje mais aflitas e medrosas do que nunca. Mais do que nunca o conteúda da mensagem natalina é de fundamental importância para a humanidade, para cada pessoa, também para você que está lendo esta mensagem.

A paz anunciada pelos anjos é uma paz dada, oferecida graciosamente por Deus, indistintamente, para todos, para você e para mim. Que tempo fantástico é este para proclamar ao mundo através de um contato pessoal, via online, ou por qualquer mídia a mensagem única trazida ao mundo pelos anjos, no primeiro Natal:

Glória a Deus nas maiores alturas do céu!
E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem!
Amém.

( Textos bíblicos citados da Biblia na Linguagem de Hoje / Sociedade Bíblica do Brasil )


Nilo L. Figur
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Concordia University, Austin, TX, USA
Nilo .Figur@concordia.edu




 


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